GAECO revela detalhes de como funcionava o esquema desvendado pela Operação Off Line

 

Por Claus Jensen, com imagens de Marlise Cardoso Jensen

Na tarde desta quarta-feira (26/7/17), o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) de Blumenau, promotor de justiça Odair Tramontin, explicou em uma coletiva de imprensa, alguns detalhes da operação Off Line, deflagrada no período da manhã. Também estavam presentes o major da PM Alexsandro Kalfeltz, e o delegado da Polícia Civil, Paulo Koerich.

As investigações iniciaram em março e descobriram uma organização criminosa que criava falsas empresas virtuais e anunciava os produtos para venda em um site. Os clientes pagavam através de boletos ou depósitos bancários, mas os produtos nunca eram entregues.

 

As imagens eram exibidas nas redes sociais dos estelionatários

 

Para dar a impressão que existia uma empresa de verdade, foi apurado que o grupo alugava uma sala comercial, plotava a fachada e depois colocava uma foto dela no site. Com isso, levavam os consumidores a acreditar que se tratava de uma operação legal. Quando a fraude vinha à tona, seja por registros policiais ou reclamações postadas na própria internet, o grupo imediatamente eliminava a loja denunciada e criava outra.

Entre essas lojas virtuais que já foram desativadas pelos próprios criminosos estão a Floripa Compras, Floripa Magazine, Star Varejo, Inter Digitais, Ipiranga Ofertas, Loja Sul, Mercadão Eletrônico, Mueller Eletro, Loja Ipiranga, Loja Master Shop Store, etc… Empresas eram contratadas para desenvolvê-los.  Familiares e membros da quadrilha davam pequenos depoimentos no Youtube para dar credibilidade na loja virtual, onde diziam ter recebidos os produtos.

Foram identificadas poucas vítimas, porque a maioria morava fora do Estado e grupo operava com muito profissionalismo. Eles ostentavam muito nas suas redes sociais, principalmente Facebook, e a maioria tem entre 18 e 24 anos, apenas uns dois com 27. Essa ostentação foi muito importante para identificação e traçar caminhos para as investigações.

A Gaeco montou um diagrama de como funciona a organização criminosa. Foram mobilizados cerca de 70 policiais civis e militares para cumprir sete prisões preventivas, nove prisões temporárias, três conduções coercitivas e 20 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Blumenau. Desse total, 15 pessoas foram presas, menos o que seria o chefe de toda organização, que morou em Blumenau, Gaspar, Ilhota, esta última onde era a sua base de trabalho. Além delas, ainda Florianópolis, Goiânia (GO) e Anápolis (GO).  A operação ainda deve ter muitos desdobramentos, já que eles podem operar de qualquer lugar.

Como são estelionatários, eles não tem endereço fixo, mas a maioria dos envolvidos são de Blumenau, Gaspar, Ilhota. O mandatos de prisão também foram cumpridos em Piçarras, Jaraguá do Sul, Rio dos Cedros e outras cidades do Vale do Itajaí.

 

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