
Por Richard Martan Ferrari e Michel Ivon Imme Sabbagh, da FURB
Preservação, conhecimento e cuidado com a fauna local. Aqui em Blumenau, um novo projeto de extensão da FURB, em parceria com a Polícia Militar e o Hospital Veterinário da FURB, busca dar mais visibilidade para este tema. É o projeto Fauna Urbana, desenvolvido pelo curso de Medicina Veterinária e pelo Departamento de Ciências Naturais.
O projeto é dividido em três partes: a primeira foi a implementação do Serviço de Atendimento de Fauna Silvestre em Blumenau (SAASBLu), que atende aos animais vivos encaminhados pela Polícia Ambiental aos bolsistas do projeto. Atualmente, o Fauna Urbana conta com um bolsista do curso de Ciências Biológicas e um bolsista de Medicina veterinária, além de um voluntário do curso de Ciências Biológicas e dois de Medicina Veterinária.

A segunda parte se concentra com os animais que chegam na polícia já mortos. Esses, por sua vez, são encaminhados ao setor de patologia da FURB, onde é realizada uma necrópsia para verificar qual a causa da morte. Após essa análise, os animais são taxidermizados e mantidos na coleção da Universidade.
A terceira parte é o ponto de Educação Ambiental e Interação com a Comunidade. “Muitos animais chegam na Polícia Ambiental por denúncia ou por ligação de moradores. Nós queremos entrar em contato com esses moradores, mapear de onde estão vindo essas ocorrências e criar um mapa estatístico de incidentes com a Fauna Urbana aqui em Blumenau”, explicou Sheila Regina Schmidt Francisco, do Departamento de Ciências Naturais da FURB e responsável pela terceira parte do projeto.
Dentro dessa terceira parte existe, ainda, a preocupação com a educação ambiental, que conforme Scheila será nas escolas da cidade. “Nós queremos, até agosto, mapear onde aconteceu a maioria dessas ocorrências com animais silvestres. Selecionar essa localidade e entrar em contato com escolas daquela região para realizar um trabalho de conscientização com as crianças sobre a nossa fauna”, declarou.
O projeto começou em março deste ano, mas segundo Sheila já teve muitos atendimentos: cinco animais vivos; um animal que chegou vivo e acabou falecendo; e outros dez que já chegaram mortos. “Nós queremos realizar um levantamento das ocorrências dessa espécie e comparar entre os anos, para ver como estão esses atendimentos. Nossa hipótese é que eles estejam sendo mais rotineiros, por conta da urbanização que cada vez mais ocupa a mata”, afirmou.
Sheila Regina Schmidt Francisco possui graduação em Fisioterapia pela FURB (2001) e mestrado em Neurociências pela UFSC (2004). Atualmente é professora do quadro efetivo da FURB e coordenadora do Projeto Bugio, em Indaial, Santa Catarina. Tem experiência na área de Bioquímica, com ênfase em Bioquímica Geral, Bioquímica Clínica, Bioquímica hormonal e Bioquímica Comparada, atuando principalmente em primatologia, bromatologia, metabolismo do ferro e análises clínicas.