Celesc alerta sobre conflito entre árvores e rede elétrica

Exemplo de poda correta | Foto Cristian Deves
Foto Bruno Lara

 

A queda de árvores, galhos ou cascas de árvores sobre os cabos da rede elétrica são causa de 40% dos acidentes com falta de energia em Santa Catarina. Em algumas regiões do Estado, como Rio do Sul, Lages, Chapecó e Concórdia, onde há forte presença de áreas de reflorestamento de eucaliptos e pinus, o índice é ainda mais alto, com mais de 70% das ocorrências ocasionadas por problemas com a vegetação nas linhas de distribuição. Para conscientizar a população sobre os cuidados a serem tomados e ajudar na redução desses números, a Celesc lançou uma campanha que entrou no ar na última terça-feira (25/4/17).

“A campanha tem por objetivo engajar os consumidores em ações preventivas para garantir ainda mais segurança no fornecimento de energia em todo o estado. Informações específicas também estão disponíveis no site da companhia, conta o presidente Cleverson Siewert.

 

Exemplo de poda correta | Foto Cristian Deves

 

O plantio e a manutenção de árvores em distância segura da rede elétrica são soluções simples que devem ser adotadas pela população. Os cuidados, no entanto, variam em cada região do estado – e são diferentes em áreas urbanas e rurais.

Além disso, a Celesc alerta para o risco de o corte ou a poda de árvores ser realizada por pessoas não habilitadas. Deve-se, também, dar atenção à vegetação nativa que, por lei, não pode ser derrubada, a menos que cause risco de vida. Neste caso, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado para realizar o procedimento adequado.

 

 

Orientações para regiões rurais

Para que as áreas entre as redes elétricas sejam bem aproveitadas, deve-se lembrar que o contato direto das árvores, galhos e cascas arremessadas sobre os condutores pode causar curto-circuito, interrompendo o fornecimento de energia e causando prejuízos aos consumidores, principalmente aos produtores de fumo e de leite, facções e agroindústrias do meio rural.

Dessa forma, os proprietários precisam ter a consciência de manter distância segura entre as plantações de árvores de grande porte com a rede elétrica, em especial nas regiões de reflorestamento. A Celesc recomenda que árvores como pinus e eucaliptos devem ser plantadas a uma distância mínima de 20 metros para cada lado do eixo da rede elétrica.

“É muito importante que os donos dessas áreas observem a altura que as árvores podem alcançar e o quanto devem estar distantes da rede elétrica para evitar que, em dias de ventos fortes e tempestades, não corram o risco de caírem sobre a rede ou provocarem curto-circuito se os galhos, ou até mesmo as cascas dos troncos, alcançarem os fios elétricos”, alerta Manoel Arisoli Pereira, chefe da Agência Regional da Celesc em Rio do Sul, uma das mais impactadas com a presença de árvores de reflorestamento.

Para a área rural, a Empresa chama a atenção para tais medidas de segurança:

– A Celesc deve ser informada quando houver corte de árvores de grande porte que estejam próximas à rede elétrica, para que esteja atenta e possa dar o suporte mais rapidamente;

– Se um fio arrebentar e cair, além de não permitir que ninguém se aproxime, o ideal é que a área seja isolada e o proprietário peça auxílio à Celesc pelo telefone 0800 48 0196.

– O cuidado com a operação de máquinas agrícolas também é de extrema importância. Sempre que forem realizados serviços próximo à rede elétrica, deve-se verificar se não há possibilidade de encostar alguma parte móvel da máquina nos fios.

– As queimadas nas proximidades da rede também são definitivamente perigosas, sendo primordial não acontecerem no local. Mesmo que o fogo não chegue perto dos fios, postes ou torres, o calor pode provocar curtos-circuitos.

– O proprietário da área de reflorestamento pode sofrer ações judiciais por descumprimento da lei, podendo ser responsabilizado pelos danos causados a terceiros e à Celesc.

Cuidados nas regiões urbanas

Já os moradores das cidades e grandes centros, precisam ter outras preocupações. É de extrema importância que a população entenda que as árvores plantadas em seus quintais são de responsabilidade particular. Dessa forma, ao perceber que os galhos estão crescendo muito, o dono do imóvel ou representante deve providenciar a poda preventiva. Cabe lembrar que esse é um serviço a ser realizado por pessoa habilitada e equipada de forma segura.

É importante destacar que tanto em áreas particulares quanto públicas, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil entram em ação apenas quando a queda (ou possível queda) de árvore representa risco de vida à população. Em caso de dúvida, pode-se ligar para os Bombeiros e solicitar uma visita ao local para avaliação. São eles que decidem se devem agir ou se indicam profissionais gabaritados para fazer a poda preventiva da árvore. Em relação às árvores que estão nas ruas das cidades, as prefeituras devem fazer a manutenção.

Uma cidade arborizada, portanto, deve ser muito bem planejada. É importante que se conheça a espécie a ser plantada, para prever as características da árvore e quais os cuidados serão necessários na hora da manutenção. Ora, a árvore utilizada em um estacionamento aberto, por exemplo, não será a mesma utilizada nas calçadas que são mais estreitas e que tem os fios passando ao alto.

Dessa forma, vale atentar para a altura prevista da árvore, que deve ter no máximo entre 4 e 5 metros, para que não atinja os fios, bem como considerar as raízes das árvores, que devem crescer mais para baixo da terra do que para os lados, evitando que as mesmas rompam calçadas e vias públicas.

Assim, para que os galhos das árvores não encostem nos fios da rede elétrica, é importante respeitar as distâncias de segurança. Segundo a Norma NBR 15688 deve-se manter 2 metros (13,8 kV) entre o condutor e a vegetação, e 1 metro (127-220 V) na rede primária e secundária, nas tensões de distribuição.

Os aspectos culturais e históricos da população, dando preferência às árvores nativas de pequeno porte, também são importantes na hora de planejar a arborização da cidade. Atente para informações e dicas de como colaborar para manter uma relação saudável entre árvores e rede elétrica.

Como colaborar

  • Mantenha as árvores a uma distância segura da rede de energia elétrica;
  • Pode antes que cresçam demais;
  • Providencie a retirada das árvores, entrando em contato com a Celesc para auxiliar no trabalho, quando necessário;
  • Mantenha distância de fios da rede elétrica que venham a arrebentar e cair. Isole a área e peça auxílio à Celesc pelo telefone 0800 48 0196.

Áreas mais afetadas em SC

As regiões que mais sofrem com vegetação na rede elétrica são Mafra, Tubarão, Rio do Sul, Blumenau, Grande Florianópolis (Florianópolis, em especial na região Leste da Ilha, Governador Celso Ramos, Tijucas, São João Batista, Nova Trento e Santo Amaro) e Jaraguá do Sul (incluindo Corupá, Schöroeder e Guaramirim).

Além desses pontos, na área de abrangência da regional de Concórdia, que contempla os municípios de Alto Bela Vista, Arvoredo, Concórdia e Faxinal dos Guedes, a vegetação nas redes, principalmente os reflorestamentos de eucaliptos, continuam sendo a principal causa da interrupção no fornecimento de energia elétrica.

Na região do Planalto Norte, as redes elétricas costumam atravessar grandes áreas de vegetação nativa e reflorestamento. Essa situação contribui de forma significativa para as ocorrências de falta de energia. Em Lages, pelos mesmos motivos, os municípios Anita Garibaldi, Correia Pinto, Curitibanos e a própria cidade também sofrem com interrupções elétricas por conta de vegetação na rede.

 

Fonte: CELESC