Por volta das 15h deste domingo (26/3/17), as pessoas começaram a chegar aos poucos na frente da prefeitura de Blumenau, local de encontro da manifestação contra a corrupção e a favor da operação Lava Jato, do Ministério Público Federal. Cerca de 1.500 manifestantes (dados da organização) percorreram o Centro da cidade, passando pelas ruas Amadeu da Luz, Sete de Setembro, Nereu Ramos, Avenida Beira Rio e voltando ao ponto de partida. Segundo a PM, havia mil pessoas.
A segurança foi garantida com a presença de 30 policiais militares, com o apoio do Canil; ROCAM e do vídeo monitoramento. Além disso, a guarda municipal de trânsito estavam presentes para garantir a segurança do evento. Thiago Schulze, coordenador do movimento Vem Prá Rua, não escondeu sua frustração pelo número baixo de pessoas, levando em consideração a proporção por habitantes em Blumenau; e comparando às outras manifestações onde já conseguiram colocar mais de 30% da população nas ruas.
“A mensagem que passamos naquela ocasião é que Blumenau era favorável à pauta que pedia o impeachment da presidente Dilma. Dessa vez, a pauta era maior, porque priorizava o combate à impunidade, contra o foro privilegiado e o voto fechado que favorece os corruptos. Além disso, éramos a favor da Operação Lava Jato e a Zelotes. As pessoas que tem consciência de sua importância no Estado, estavam lá hoje. As outras se dividem entre aquelas que reclamam pelo Facebook, e acham que as redes sociais, o governo, os militares e outros resolvem. Os deputados irão pedir votos pelo partido, não para o povo. Sem o fim do foro privilegiado, não há como combater a corrupção, afinal estamos em um dos países mais corruptos do Ocidente. O país só vai mudar, quando as pessoas perceberem que não importa quem é o presidente, mas nós iremos continuar cobrando”, disse Schulze.
Thiago também acha que muitos deixaram de ir à rua, por julgarem que os organizadores fossem a favor das reformas da previdência e do trabalhador. “Nós somos a favor do fim da obrigatoriedade do pagamento do INSS. Somos a favor de uma reforma da previdência, mas não do jeito que o governo colocou. Para Schulze, quem não foi às ruas, vai deixar os políticos votar como quiserem, porque ficou a mensagem de que a população está neutra em relação ao assunto. Eles votarão as reformas trabalhista, política, previdenciária, do jeito deles” finalizou Thiago para OBlumenauense. Para ele não faltou divulgação, afinal foram espalhados 30 outdoors, painel eletrônico, mais de 20 mil flyers distribuídos em sinaleiras, entre outras ações. As empresas e entidades apoiadoras pagaram os custos.
Para José Galdino, do Instituto Verdade e Liberdade, a baixa participação também deixou uma certa frustração. Em compensação quem participou estava muito convicto sobre o tema, considerada por ele uma das manifestações mais apartidárias até hoje. Havia cartazes pedindo “Fora Temer”, Fora PT”, “Fora PSDB”, etc… “Eu acredito que nas próximas terão mais pessoas, afinal não temos a preocupação da quantidade, mas sim da qualidade dos manifestantes. A razão dessa manifestação é ainda maior da que era contra Dilma, afinal queremos uma verdadeira limpeza na política”, completa Galdino.
OBlumenauense teve a colaboração de várias pessoas para cobrir o evento, entre as quais destacamos Soni Robinson White, Wellington Civiero Ferreira (NW Blumenau) e Michelle Schwancke (IVL). Nosso parceiro e amigo Marcos Fernandez também compartilhou um vídeo. A todos nosso muito obrigado.