João Ferreira e Nathalia Gasparin conquistam o Rendez-Vous à Roland-Garros

Foto: Cristiano Andujar
Foto: Cristiano Andujar

 

Florianópolis (SC) – O Rendez-Vous à Roland-Garros concluiu neste domingo (12/03/17) a sua terceira edição com a paranaense Nathalia Gasparin e o mineiro João Ferreira conquistando o título e a ida a Paris para encarar nos dias 26 e 27 de maio os campeões de China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Índia e Japão em busca de uma vaga na chave principal do torneio juvenil de Roland-Garros.

Nathalia Gasparin garantiu o troféu do Rendez-Vous à Roland-Garros e a ida a Paris ao vencer a também paranaense Vitória Okuyama, sua parceira de duplas e companheira de treinos no Clube Curitibano, com parciais de 6/0 6/4.

Em um duelo que é frequentemente equilibrado, Nathalia conseguiu ter o controle da partida desde o primeiro set e aproveitou as chances que teve para levar vantagem. “Eu comecei super concentrada, focada já ponto a ponto, super determinada. Joguei super bem o primeiro set, não estava errando nada. O segundo foi mais duro, mas me mantive sempre focada e estou muito feliz pela minha vitória”, afirmou a campeã.

Depois de evitar até a final falar sobre a possibilidade de ir a Roland-Garros, com a vitória ela pôde finalmente comemorar a ida à França. “Agora posso falar que vou. É uma oportunidade única, vou tentar dar o meu máximo lá também igual eu fiz aqui e tomara que eu consiga ganhar lá também. Nunca fui e a expectativa para conhecer é grande!”, finalizou.

João Ferreira conseguiu o título ao vencer o brasiliense Gilbert Klier Junior, cabeça de chave número 2, por 2 sets a 1, com parciais de 7/6(6) 0/6 6/2. “Estou feliz em ganhar o Rendez-vous à Roland-Garros aqui em Floripa, foi uma semana incrível, consegui jogar muito bem, foi um jogo bem duro, comecei perdendo, mas estava com um jogo bem sólido e consegui virar. O terceiro set foi bem duro, meu físico prevaleceu durante o jogo também, estou muito feliz. Foi uma semana com gostinho diferente por ser Roland-Garros, serve como um motivo a mais para eu continuar treinando e chegar em Roland-Garros melhor do que eu estava aqui”, disse emocionado João Ferreira.

A decisão do terceiro lugar, que serve para definir a substituição em caso de o tenista não poder ir ou entrar diretamente na chave juvenil de Roland-Garros, foi vencida pelo carioca Christian Oliveira no masculino e pela paulista Alexandra Silva.

O Rendez-Vous à Roland Garros é um torneio promovido pela Federação Francesa de Tênis e pela Confederação Brasileira de Tênis e tem o patrocínio da Longines e da Peugeot.

A cerimônia de premiação do torneio, logo após as finais, contou com a presença do presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Rafael Westrupp, com o representante da Federação Francesa de Tênis, Adrien Groscolas, e com o tricampeão de Roland-Garros, Gustavo Kuerten. Guga destacou que a sua primeira conquista de Roland-Garros foi na chave juvenil do grand slam parisiense, em 1994, ao lado do equatoriano Nicolas Lapentti. “Para essa garotada isso aqui é fundamental, pois o dia a dia deles é difícil, é duro. Tem toda a simbologia, o sonho de Roland-Garros, é um estímulo, mais gasolina para voltar para as quadras e uma esperança e tanto para quem vai, quem experimenta esse gostinho de saborear Roland-Garros. Os garotos precisam disso para sobreviver, para suportar os técnicos no dia a dia, ter empenho dentro da quadra, nos estudos, essa fase de 15, 16, 17 e 18 anos começa a afunilar, é difícil, pelo menos aqui é uma sobremesa que eles podem sentir o gostinho e levar para casa”, disse Guga Kuerten.

“Este torneio é uma oportunidade única para a nossa categoria de base ter chances de participar de um grand slam, que é o mais importante evento de tênis do ano em termos de pontos no ranking mundial, de tradição, de atenção do público e de valor da premiação.”, explica Rafael Westrupp, presidente eleito da Confederação Brasileira de Tênis. “Damos bastante atenção e incentivo para os juvenis brasileiros para que cheguem à fase de transição da melhor forma possível. Queremos que se preocupem apenas com os resultados em quadra e com os treinos. Por isso temos o projeto de transição, o apoio à categoria de base e o circuito nacional infantojuvenil que possibilita à tenistas de 12 a 18 anos disputarem em todas as regiões do Brasil”, complementou Westrupp.

Rendez-Vous à Roland-Garros: Esta foi a terceira edição do torneio no Brasil. Foram quatro dias de jogos, com 32 tenistas juvenis dando o seu melhor em busca da conquista que premia o melhor menino e a melhor menina para jogar em Paris a “Final entre as Nações”. Nas duas primeiras edições foram dois brasileiros que ganharam a final entre as nações masculina, nas quadras de saibro de Paris e entraram na chave principal de Roland-Garros Junior: Rafael Wagner (2016) e Gabriel Decamps (2015). Este último, Gabriel, após a oportunidade de jogar Roland-Garros Junior obteve um crescimento em sua performance, chegando a Top 17 do mundo e neste ano de 2017 terá ranking para entrar diretamente da chave principal do grand slam juvenil parisiense.

“O torneio foi muito importante para a minha carreira. É um torneio justo e importante para achar novos talentos. Gostaria de agradecer e parabenizar a CBT e a FFT pela iniciativa”, fala Rafael Wagner, vencedor da final das nações em 2016.

Pela primeira vez em Florianópolis, ele comemorou a passagem dos 20 anos da primeira conquista de Gustavo Kuerten em Roland Garros. Foi na quadra 7 do Lagoa Iate Clube que Guga fez o seu último treino antes de embarcar para Paris, para se consagrar pela primeira vez o campeão de Roland-Garros, em 1997.

Neste ano foi criado, pela primeira vez, para a classificação, o “Road to Rendez-Vous à Roland-Garros”, com os rankings do Circuito Centro-Oeste, Circuito Paulista, Circuito Rota do Sul, Circuito Sudeste e Circuito Sul-Brasileiro. “Desta forma buscamos dar oportunidade para os tenistas de todas as regiões do País, já de olho nos novos talentos”, disse Rafael Westrupp, presidente da CBT.

O Circuito Regional aconteceu no mês de janeiro e a disputa foi equilibrada. Tenistas de vários estados participaram em busca da liderança no ranking da categoria 18 anos, sendo que no Centro-Oeste e Rota do Sol, a classificação feminina se deu pelo ranking de 16 anos. Os rankings contaram apenas os resultados de simples de cada torneio e no Sudeste foi usada a pontuação de duplas para desempate.

O torneio faz parte de uma parceria fechada entre a Federação Francesa de Tênis e a Confederação Brasileira de Tênis, na gestão de Jorge Lacerda, que se estende à troca de “know-how” visando o desenvolvimento do tênis brasileiro, a capacitação dos departamentos e de informações como o modelo de atuação da FFT junto às federações e clubes franceses. Um dos pilares da parceria é justamente a promoção do “Rendez-vous à Roland-Garros” no Brasil. “Fizemos um compromisso de longo prazo e solene para fomentar e incentivar talentos do Brasil. As edições vem mostrando que o país tem um enorme potencial na categoria juniores”, falou Sam Primaut, FFT, Diretor de Desenvolvimento.

O Brasil em Roland-Garros Junior:

A tradição do tênis profissional brasileiro em Roland-Garros também se estende na chave juvenil do grand slam. Um levantamento feito pela Confederação Brasileira de Tênis mostra que desde Guga Kuerten, que foi campeão em duplas juntamente com o equatoriano Nicolas Lapentti em 1994 na chave juvenil do torneio, mais onze tenistas brasileiros chegaram às semifinais ou quartas-de-finais das disputas juvenis de Roland-Garros Junior: Flávio Saretta em 1998, a dupla Thiago Alves e Bruno Soares em 2000, Fernando Romboli em2007, Guilherme Clezar em 2009, Tiago Fernandes em 2010, Thiago Monteiro em 2012, Bia Haddad Maia em 2012 e 2013, Marcelo Zormann, Luiza Stefani, Orlando Luz e João Menezes em 2014 e Orlando Luz em 2016. Além disso, dois tenistas brasileiros da categoria de base foram campeões da Final entre as Nações do “Rendez-vous à Roland Garros”: Rafael Wagner (em 2016) e Gabriel Decamps (em 2015), sendo que Decamps agora em 2017 terá ranking para entrar diretamente na chave principal do grand slam francês.

Este torneio é promovido no Brasil pela Federação Francesa de Tênis e pela Confederação Brasileira de Tênis no Brasil, dando oportunidade dos vencedores disputarem em Paris, com tudo pago, a final entre as Nações, cujos campeões da categoria feminina e masculina garantem a entrada direta na chave principal de Roland Garros Juvenil.

Principais conquistas do Brasil em Roland Garros Junior:

  • 2016 – Rafael Wagner ganhou a final entre as Nações do Rendez-vous à Roland Garros e entrou na chave principal do grand slam juvenil.
  • 2016 – Orlando Luz/ Yunseong Chung (KOR) – Vice-campeões
  • 2015 – Gabriel Decamps ganhou a final entre as Nações do Rendez-vous à Roland Garros e entrou na chave principal do grand slam juvenil. Após isso sua carreira deslanchou e chegou a Top 15 do ranking mundial juvenil (ITF)
  • 2014 – Orlando Luz – Semifinalista
  • – Orlando Luz/João Menezes – Semifinalistas
  • – Luiza Stefani/Renata Zaragua (MEX) – Semifinalistas
  • – Marcelo Zormann – Quadrifinalista
  • 2013 – Bia Hadad Maia/Domenica Gonzalez (ECU) – Vice-Campeãs
  • 2012 – Bia Hadad Maia/Montserrat Gonzalez (PAR) – Vice-campeãs
  • – Thiago Monteiro/Gianluigi (ITA) Semifinalista
  • 2010 – Tiago Fernandes – Quadrifinalista
  • 2009 – Guilherme Clezar/Liang-Chi Huang (CHI) – Vice-campeões
  • – Guilherme Clezar – Quadrifinalista
  • 2007 – Fernando Romboli – Quadrifinalista
  • 2000 – Thiago Alves/Bruno Soares – Semifinalistas
  • 1998 –Flávio Saretta – Quadrifinalista
  • 1994 – Gustavo Kuerten/Nicolas Lapentti (ECU) – Campeões

Sobre Roland-Garros

Os adeptos do desporto e do público em geral têm ido se deliciar em Roland-Garros. Cerca de 455 621 espectadores foram ao prestigiado Aberto da França em 2016, e o torneio também foi transmitido em mais de 220 territórios em todo o mundo, tornando-se um evento de importância verdadeiramente global. Roland-Garros é dirigido pela Federação Francesa de Tênis e realizado a cada ano no Porte d’Auteuil em Paris. É o único Grand Slam a ser jogado em saibro – uma das superfícies mais antigas e nobres da história do tênis.