Por Letícia Oberger
Assim como a rede hoteleira, os motéis de Blumenau e região também investem constantemente em novidades para surpreender os clientes e garantir o conforto necessário. Segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Blumenau e Região (SIHORBS), cerca de 30 motéis estão situados nas cidades do Vale e Alto Vale do Itajaí, totalizando uma média de mil leitos. “Dificilmente encontramos aqueles letreiros piscando na entrada, pois o conceito desses estabelecimentos mudou e os ambientes estão mais discretos. Os serviços se igualam ao dos hotéis em conforto, higiene e modernização”, afirma o presidente do sindicato, Emil Chartouni.
Segundo Chartouni, o modelo de motel que conhecemos é uma invenção brasileira. “Esse tipo de hospedagem surgiu nos EUA. A expressão significa motor hotel, um hotel de rodovia para os viajantes que não queriam entrar nas cidades. No início dos anos 70 essa prática veio para o Brasil, mas como era algo novo e as rodovias brasileiras não tinham tanto movimento, o conceito original acabou sendo modificado. Por ficarem afastados, alguns casais usavam os motéis para encontros amorosos. Como naquela época o fluxo era baixo, os empresários aceitaram fracionar a diária e, então, começaram a cobrar por hora. Ao longo do tempo isso foi se tornando comum e os motéis brasileiros deixaram de trabalhar com diárias, pois viram que desta forma era mais lucrativo e vantajoso. Porém, vale ressaltar que esse sistema é feito apenas no Brasil. Em outros países, os motéis têm a finalidade de receber os viajantes”, explica.
Investindo em novidades
O diretor de Marketing do Motel Cisne, Alyson Regis Darugna, defende que na hotelaria em geral, em especial nos motéis, a modernização é simplesmente necessária. “O trabalho de reformas e melhorias é constante e sem fim. Fizemos pesquisas in-loco, principalmente nos Estados Unidos, mas também na Europa. Visitamos hotéis de beira de estrada, passando por hotéis melhores e também fomos nas incríveis vacation homes, casas de férias muito comuns na Flórida e em outros lugares dos Estados Unidos”, conta. Segundo Darugna, uma atenção maior por parte dos clientes é visível para as suítes recentemente renovadas. “Isso é ótimo”, comemora.
Com o objetivo de se firmar como uma nova opção gastronômica de qualidade, o Pharras Motel apostou em um cardápio com 16 pratos assinados pelo chef Rodrigo Gonzaga, professor e coordenador do curso de Gastronomia da FURB. Cada opção do menu possui uma sugestão de harmonização, elaborada pelo sommelier Sidney Lucas e pelo sommelier de cervejas Yuri Holbrich. O investimento já está dando resultado. De acordo com o proprietário do empreendimento, Eduardo Stedile, o movimento nos horários de almoço e jantar aumentou 15%. “A aceitação está muito boa, recebemos elogios e estamos com um bom movimento na cozinha”, destaca.
Conforto e higiene em primeiro lugar
Além dos investimentos na infraestrutura, os motéis da região também prezam pela qualidade dos serviços oferecidos. A higiene é o ponto principal e sempre gera certa desconfiança por parte dos clientes, porém, o gerente Chalé Motel, Roberto Brunetto, explica que os quartos são higienizados todos os dias, independente de terem sido locados ou não. “Usamos produtos do mais alto teor de limpeza, assim oferecemos aos clientes um ambiente totalmente limpo e confortável para a utilização de nossas dependências”, diz.
Assim como outros estabelecimentos de atendimento ao público, a cozinha, enxovais, piscinas e banheiras também passam por procedimentos rigorosos de higienização. “O processo de lavagem de nosso enxoval é o mesmo utilizado em hospitais, ou seja, com extrema eficiência. Utilizamos produtos como detergente, cloro, neutralizante e amaciante em máquinas totalmente automatizadas, por isso, todas as roupas são completamente desinfetadas. Optamos também por um enxoval na cor branca, que é trocado a cada locação, mesmo que o cliente não utilize algum item”, afirma Brunetto.
Segundo o gerente, as piscinas e banheiras são inspecionadas diariamente. “Mantemos uma planilha de controle do PH e nível do cloro das piscinas, seguindo normas da Vigilância Sanitária. Essa tarefa fica sob responsabilidade de um engenheiro químico. Os motores ficam ligados 20 horas por dia no Inverno e 24 horas no Verão, quando há maior fluxo de clientes. Nas hidros, além da higienização após o uso com cloro e detergente, é feita a limpeza das tubulações uma vez por semana com produtos específicos para essa finalidade, mesmo se a suíte não foi locada”.
A cozinha do Chalé Motel utiliza os mesmos recursos de uma cozinha de restaurante de alto padrão, com controle de qualidade e cuidados no manuseio dos alimentos. Todos os funcionários são obrigados a fazer o curso na Vigilância Sanitária para obter a Carteira de Saúde, só assim poderão trabalhar neste setor.