Por Roberta Watzko
Balneário Camboriú (SC) – Cada vez mais em alta, as construções projetadas de forma sustentável, sem agredir ou comprometer o ambiente, são parte fundamental da matriz curricular do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Avantis em Balneário Camboriú. No último ano, a instituição apresentou dois projetos arquitetônicos sustentáveis: um banheiro que funciona com água da chuva e uma horta vertical feita de garrafas pet. Ambos integraram o Selo Social e foram desenvolvidos por acadêmicos do curso de Arquitetura, através do Escritório Modelo e orientados pelo professor Carlos Bortolatto.
Passo a passo
Os vasos, que dão vida a horta vertical, foram todos feitos pelos alunos, que arrecadaram garrafas na própria faculdade. Neles foram plantados tempero verde, manjerona, orégano, dentre outros. Já o banheiro foi projetado através da ligação com uma caixa d’água que coleta água da chuva, que também é utilizada pelos servidores do setor da limpeza. Os estudantes que participaram do projeto foram: Marina Freitag Basso, Júlio Gregori Mota, Ketllyn Cristina Pereira, Pedro Funari Regatti, Perla Celeste Menezes Vidal e Luiza Figueiredo. Eles contam que a primeira fase desenvolvida foi o cálculo de quanto iriam gastar e do que precisariam para conseguir fazer os dois projetos.
Depois disso, idealizaram o projeto e passaram tudo para o papel, para somente então executar. Os acadêmicos salientam que a melhor parte foi exatamente a de colocar a ‘mão na massa’ e sair da frente do computador, que é o dia a dia deles. “Cada vez mais a sustentabilidade vem se mostrando necessária, não só em nossa área, como em todas as outras. O ecologicamente correto já é essencial para o mundo, a estética não é mais o único ponto importante em uma obra. Todas as empresas deveriam ter essa consciência ambiental. As hortas, por exemplo, são fáceis de fazer e podem ser feitas até por quem vive em apartamento”, acrescenta a acadêmica Perla. Os estudantes lembraram que existem hortas comunitárias em Balneário, mas que poucas pessoas sabem, já que há pouca divulgação sobre elas.
Benefício para todos
Bortolatto afirma que a atuação dos alunos o surpreendeu positivamente. “Eles entraram de cabeça no projeto, estiveram empenhados desde o começo. Hoje esses nossos feitos ainda são destaques, mas esperamos que atitudes como essas se tornem cada vez mais comuns, pois o investimento para realizá-las é pequeno e ambos são fáceis de serem realizados”, afirma.
A coordenadora do curso, Tatiane Pires Passos, defende que apesar de ser algo simples é preciso força de vontade para realizar. “Os projetos aqui executados não impactam só a comunidade acadêmica, mas também a sociedade, já que ambos são abertos à visita de moradores da cidade. Ela lembra ainda que o curso foca no fato de que a construção civil agride o meio ambiente e que é preciso que os futuros arquitetos comecem a trabalhar para minimizar os resíduos. Por esse motivo, os incentivamos desde cedo. Ficamos muito felizes porque os alunos adoraram participar dessas duas construções. Eles realmente cuidam da horta, a visitam com frequência para ver se está tudo certo. Temos projetos sustentáveis agendados para acontecerem todos os anos, inclusive neste”, finaliza.