Por Camile Magalhães
Mesmo com a expectativa de que Produto Interno Bruto (PIB) volte a crescer em 2017, acredita-se que o primeiro semestre ainda exija cautela e paciência, pois a economia deve dar sinais de recuperação somente nos últimos meses do ano. Mas, mesmo que ainda não em passos largos, a perspectiva dos brasileiros já está idealizando aquilo que sonhamos como normalidade. Para que haja uma transformação no cenário econômico, no entanto, também é necessária uma mudança de atitudes na sociedade.
O cenário político e de gestão pública deve sofrer grandes transformações. Apesar dos escândalos, o governo tem conseguido implementar algumas ações como a PEC 241/55 (dos Controles dos Gastos), e isto deve trazer uma nova visão que influenciará nas decisões do empresariado e da sociedade em geral, afirma o diretor da Magnus Consultoria, Magnus Wolfram. O especialista acredita na atitude – e na intenção positiva em querer mudar – o caminho para um 2017 melhor.
Por que as pessoas têm que acreditar nesta mudança de ares no próximo ano?
Magnus Wolfram: Porque nós estamos em um cenário econômico, que trouxe uma revisão nas pessoas de como sair da letargia. Muitas empresas demoraram e não definiram um processo proativo para sair da crise. O que precisamos agora em 2017 é fazer a economia girar. Não podemos entrar na questão do medo e da retenção, temos de investir, estar atentos, para evitar períodos piores.
O que tem que acontecer em 2017 para 2018 ser ainda melhor?
Magnus Wolfram: Tudo está muito atrelado à mudança. Temos de ter firmeza, disciplina e resiliência. Não podemos desistir, é importante trabalhar o caminho correto. Com certeza estamos passando por um período de carência financeira, mas isso não pode tirar nossa força de atitude. As pessoas em geral precisam estar à frente da mudança, principalmente nas relações sociais, de trabalho, e pensar em como estas forças vão se ajudar, em vez de entrar em conflito. Temos de pensar num caminho para progredir conjuntamente. Não é fácil, mas precisamos abrir mão de alguns elementos que já não fazem mais parte do contexto.
Como as empresas podem impulsionar os negócios se as receitas estão defasadas?
Magnus Wolfram: Cada uma delas precisa fazer uma revisão de suas estratégias, ver o seu negócio e como estão se dedicando aos seus clientes. Por outro lado, de que maneira estão inovando, renovando tarefas que eram feitas de um jeito e agora não podem mais ser feitas como antes. É preciso ter mais agilidade, ser mais eficiente, com recursos um pouco menores. Daí, criatividade e inovação são palavras-chaves.
Como fazer com que a crise não influencie negativamente na relação com o cliente?
Magnus Wolfram: É importante que esta vibração negativa não atinja os líderes. E a melhor coisa é ter um plano bem desenhado e redimensionado a atender bem as pessoas. É fazer um pacto firme e afetuoso com os clientes e com os processos. Neste momento é preciso de pulso firme, mas com suavidade, para acolher o cliente. Ele é o motivo da existência da sua empresa. Só o fato de dar mais atenção, fazer com que se sinta mais seguro já se trata de uma inovação. Esse é um exemplo de que não são necessários grandes recursos, basta uma mudança de atitude, para fazer a mudança que necessitamos em 2017.