“Qual foi o seu melhor Natal?” – emocione-se com essas lembranças

Júlia esta meio, com os pais e o irmão mais novo

Por Claus Jensen

O dia 24 de dezembro, Véspera de Natal, é uma data cheia de magia para a maioria das pessoas. É quando a família se reúne, são colocados e abertos os presentes. Papai Noel ainda existe na imaginação de muitas crianças, um mito que encanta há gerações. Colhemos vários depoimentos, com a seguinte pergunta: Qual foi o seu melhor Natal?

 

Foto: Luciano Bernz

 

Ricardo Stodieck | Secretário de Turismo e presidente do Parque Vila Germânica

Os natais mais inesquecíveis, foram nas minhas avós Vera e Hildegard, onde as árvores de Natal eram com velas. Elas as acendiam e nós entrávamos na sala de jantar para conhecer a árvore de Natal que ficava escondida. Nós só a víamos na noite de Natal, quando abríamos as portas. Depois nós apagávamos as velas. O melhor presente que eu lembro na minha infância, foi do “Onkel (tio) Chico”, o empresário Lorival Fiedler, que me deu uma bicicleta Berlineta, da Caloi.

 

Zenilda Deschamps | Sócia fundadora da Guia Fácil Comunicação

Quando nós éramos pequenos o tempo passava diferente, era mais lento. A ansiedade era muito menor. Nós somos em 6 irmãos e nossa mãe levava um filho por ano para fazer as compras de Natal na “cidade”. Pensa, vir uma vez por ano para a “cidade”. Talvez essa era a grande magia do Natal, esperar um ano para ver a felicidade dos meus irmãos menores realizada. Era assim, muito simples, mas todos juntos.

Na noite de Natal, nossa família ia à igreja juntos e quando voltávamos, o Papai Noel já tinha passado por lá. Nossos pais abriam a casa e a alegria era TOTAL. Os presentes estavam todos lá embaixo da árvore, daí era só aproveitar e curtir. Era muito especial e fraterno viver aqueles momentos.

O almoço do dia 25, os docinhos de natal eram feitos por nós e nossa mãe. Na visita aos avós tudo era mágico e emocionante. Passei toda minha infância no bairro Itoupava Central e até hoje todos os nossos Natais continuam sendo lá, juntos com toda nossa família, agora bem maior, com filhos, genros, noras e netos.

 

Delegado Bruno Effori | Coordenador da Central de Polícia e da Divisão de Investigação Criminal

Brasília (DF), 24 de dezembro de 1983. Naquele Natal, eu e meus pais, Carlos Effori e Sandra Effori, recebíamos o melhor presente de todos. Nascia meu melhor amigo e querido irmão Eduardo Effori.

Desde então, cada Natal tem sido uma dupla felicidade. Além do tradicional peru de Natal, sempre há um bolo com velinhas para assoprar ao final do canto de parabéns. Também é um momento de reencontrar a família, festejar e matar a saudade que aperta o coração, afinal de contas, no ano de 2008 saí da minha cidade natal Brasília rumo a Santa Catarina, onde assumi o tão sonhado cargo de Delegado de Polícia.

Que a paz e a compreensão reinem em nossos corações neste tempo de alegria. Feliz Natal a todos, e Feliz Aniversário meu irmão!

 

O delegado Bruno Effori é a criança que está no lado direito da foto

 

 

Júlia Bilck Venturi | Estudante e tem o canal no Youtube Jujuba Books

O Natal certamente é a minha época do ano favorita. Reunir a família toda, brigar para quebrar os ovos da tradicional receita dos docinhos de máquina, comer a comida gostosa que a vó se empenha tanto para fazer, sentar no sofá e jogar conversa fora. Mesmo tendo pouca idade, tive vários natais memoráveis. Um dos mais incríveis foi no ano de 2012.

 

Júlia está no meio, com os pais e o irmão mais novo

 

Após a tradicional ceia e troca de presentes em família, voltamos para a nossa casa. Botamos o carro na garagem e subimos as escadas. E não é que o velhinho gorducho havia feito uma surpresa? Estava lá embaixo do pinheiro, toda lindona, uma bicicleta novinha em folha. A alegria foi tão grande que os sentimentos de uma criança de 10 anos acabaram transbordando pelos olhos. “O que foi filha, não gostou? ” Perguntaram meus pais assustados. “ Me desculpa, é que eu tô muito feliz! ” Eu disse rindo. Naquela noite, a magia e a felicidade do natal não tocaram apenas a mim, mas  toda a minha família.

 

 

Suzette GreuelGerente de Vendas Regional da Oi

Depois da oração, jantar maravilhoso, brindes e muitas risadas, fomos para a revelação do Amigo Secreto. E como eu tinha perdido o bilhete, não tinha mais certeza de quem era meu amigo, comprei um presente “genérico” . Torci para ficar mais para o final, o que não aconteceu, assim, meio que escolhi o amigo na hora.

Já no finalzinho meu irmão revelou o nome do amigo dele e era o mesmo que eu tinha selecionado. Confusão feita, minha filha Sophia ficou sem o presente. Seguramente foi um dos Natais mais engraçados da Família!

 

Matteussi filho e mãe

Juan Carlo Matteussi | Soldado do Corpo de Bombeiros

Sou Bombeiro Militar há quase 11 anos, como consequência passo aqui no quartel a maior parte das minhas datas festivas. E com o Natal não seria diferente.

Aqui sempre fizemos um Natal especial, pois todos os bombeiros trazem seus familiares para festejar junto!! Isso nos proporciona um Natal completo, junto a nossos familiares e fazendo o que amamos!!!

 

Bruno Cunha | Advogado, ativista da causa animal e vereador eleito

Minha família é muito pequena e sempre passei o Natal com eles. O melhor foi no ano passado, porque minha família estava desunida após a separação dos meus pais. As coisas se ajeitaram e isso me deu muita paz.

 

 

Adalberto Day | Blogueiro, cientista social e pesquisador da história

Os momentos de natais são inesquecíveis, uma magia, todos foram bons. Em um Natal por volta do ano de 1960, já havíamos recebido o presente o meu sempre acompanhado de uma bola de Futebol “n° 5”, fazia a minha principal alegria, e também um belíssimo carrinho Volkswagen movido a pilha e até 1990 permaneceu comigo.

Porém o que não me sai da memória foi a tristeza que ocorreu em uma residência em frente a nossa casa na Rua Almirante Saldanha da Gama – Glória. Uma menina de nome Sandra estava acendendo as velinhas de cera colocadas no pinheirinho e o mesmo tombou nela, incendiando suas vestes na parte de cima. Ela teve queimaduras gravíssimas que deixou sequelas profundas pelo resto de sua vida.

 

 

Rafael Jansen | Secretário de Serviços Urbanos da Prefeitura de Blumenau

Os Natais que marcaram a minha infância, eram os que aconteciam na casa da minha eterna avó, onde se reunia a família. Todos aguardavam esse dia com muita ansiedade e felicidade. O natal mais feliz de nossas vidas é quando somos crianças, onde vivemos num mundo mágico e cheio de esperança, sem pressa para que passe. Desejo que esse Natal seja assim para todos e, por todos os dias.

 

Suely Petry | Professora e diretora do Patrimônio Histórico-Museológico de Blumenau

Meus natais sempre foram de muita felicidade com a família. O que mais me marcou foi um da minha infância, quando era muito comum os preparativos do pinheiro feito na sala de visitas da nossa casa.

Ninguém podia entrar, a porta era fechada e somente era aberta depois da ceia, quando era servido um grande prato.

Mas o que ficou na mente, era nossa inocência em acreditar no Nicolau, um velhinho bem diferente de hoje. Ele usava uma calça surrada, tinha o rosto escondido numa máscara feita com papelão grosso e entrava na sala batendo no chão do assoalho, um barulho que causava medo.

Assim como vinha de surpresa, também desaparecia. Nesse meio tempo, nosso pai dava a desculpa de atender o telégrafo, pois era chefe da estação ferroviária que ficava perto de casa. Depois ele retornava contando de que havia encontrado o velhinho. Nosso natal era simples, ganhávamos uma gaitinha de boca dó-ré-mi, um corte de tecido para fazer um vestido e uma maçã embrulhada em papel de seda roxo. Rezávamos e cantávamos o noite feliz, depois vinha o que mais apreciávamos: o doce pintado de Natal com capilé. Nossa, que lembranças do cheiro verde do pinheiro que exalava na sala. Nesta noite era permitido dormir mais tarde e brincar, mas sempre com a recomendação da obediência, caso contrário, o velhinho voltaria para nos amedrontar.

Foi um tempo em que ficávamos felizes com pouco. Comer um chocolate hoje é algo muito comum. Lembro que na época era comprado um chocolate em formato de Nicolau da Saturno, uma empresa que já não existe mais. Ele era consumido aos poucos nos domingos pós Natal. Que alegria. Eu e cada uma de minhas irmãs ganhávamos um pedacinho.  Parece algo tão singelo mas era um natal diferente. Quantas lembranças, quantas saudades.

 

 

 

Ivan Claus Schaefer | Gerente de Promoção e Eventos da Fundação Cultural de Blumenau

Lembro-me do Natal aos 8 ou 9 anos, quando tínhamos uma casa na praia de São Miguel, entre Gravatá e Penha. Ela ficava em cima do morro e conseguíamos ver toda a praia! Naquele ano em especial, meu pai resolveu sair comigo e minha irmã no início da tarde para passear. Mas foi tão rápido e voltamos muito cedo. O Papai Noel ainda não tinha deixado os presentes embaixo da árvore! No fim da tarde, meu pai convenceu os filhos pequenos a caminhar pela praia novamente. Lembro que nós voltamos “quase aos pedaços de tão cansados”, mas quando entramos na casa, os presentes estavam lá! Não queríamos nem tomar banho para abri-los.

Acho que o espírito do Natal é estar em família e amigos, distribuir e dar carinho, amizade e amor e me sinto muito feliz de poder ter uma família e muitos amigos para os quais posso dar e receber carinho e dedicação em datas especiais!

 

 

Salésio Cardoso, no meio de seus pais, Neomésia e Valdemiro

 

Salésio Cardoso | Professor da rede municipal de ensino de Blumenau

Gaspar (SC) – Todos os anos, o Natal é especial por celebrar o nascimento de Jesus com a presença da família e dos amigos. O momento natalino de enorme saudade e emoção era a confraternização de Natal na casa do “Grossvater” Simão Oechsler, em Belchior Alto, Gaspar. Filhos e netos se reuniam na véspera de Natal na casa dele.

Cada um levava algo para partilhar na hora da ceia natalina. Ora um tio, ora um primo mais velho fantasiava-se de Papai Noel. Toda a família se encontrava na sala e cantava músicas natalinas, e, quando o Papai Noel chegava, sentava-se ao lado do opa e chamava as crianças ansiosas pelos presentes. Algumas crianças tinham que se ajoelhar e fazer uma pequena oração. Todos ganhavam presente! Após a ceia, havia a roda de conversa. O “Grossvater” assistia à Missa do Galo pela TV, à meia-noite, em sua cadeira de balanço. Depois cada família partia para o seu lar. Feliz Natal a todos!

* Grossvater (avô em alemão)