Por Marina Melz
Itens produzidos por artesãs de uma região do estado são Patrimônio Imaterial do estado e tem registro de indicação geográfica do INPI. Ecotag, empresa que produz os lacres nacionalmente e de forma sustentável é nova apoiadora do projeto
O bordado filé é uma técnica utilizada por artesãs em uma área de 252 quilômetros quadrados, próximo às Lagoas Mundaú e Manguaba, em Alagoas. Além de serem um Patrimônio Cultural Imaterial do estado, as peças do local receberam, em abril de 2016, o registro de indicação geográfica do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Agora, só os itens produzidos naquela região podem ser chamados de renda filé.
Para que esse registro traga mais transformação social para a vida destas mulheres e comunidades, o apoio veio do outro lado do país. A blumenauense Ecota produziu os lacres de autenticidade, e de maneira sustentável, firmou uma parceria com o Instituto do Bordado Filé de Alagoas (Inbordal). O acordo foi assinado no dia 30 de novembro e agora os produtos serão protegidos de falsificações.
O executivo da Ecotag, Junior Souza, foi até o estado e conheceu o trabalho das artesãs e da entidade. “Nós somos brasileiros e temos que aprender a valorizar as peculiaridades que o nosso país tem. É emocionante ver que um trabalho tão delicado é mantido há tanto tempo da mesma forma. Estamos orgulhosos em fazer parte desse movimento e contribuir com o nosso know-how para que ele seja protegido”, destacou.
O que é o bordado filé
Difundido de geração em geração na região das lagoas Mundaú e Manguaba do estado de Alagoas, o bordado filé é uma técnica de origem europeia. A trama é construída a partir de uma rede chamada de “malha”, que recebe a aplicação dos pontos criados pelas artesãs. Os instrumentos artesanais utilizados para a sua concepção são agulha em madeira e molde de bambu, telas (bastidores) em madeira sob diversos tamanhos para a esticagem da malha e ainda a confecção de goma de amido de milho para finalização dos produtos.