Por Liliani Bento
Muitas pessoas estão contando os dias para que termine 2016 de tantos que foram os percalços dos últimos 11 meses. Impeachment, casos comprovados de lavagem de dinheiro, atentados terroristas na Europa, crise econômica com diversas empresas fechando suas portas, algumas categorias negociando salários para baixo, com o objetivo de não perder o emprego, e a pergunta que fica é: como será 2017? Como será para quem, tem seu próprio negócio? Como será para quem é funcionário? As incertezas são tantas que as pessoas ficam até desmotivadas a fazer um planejamento. “Será que todos os infortúnios pelos quais passamos são resultado das ações de terceiros? Você pode ficar surpreso, mas em tudo que nos acontece temos a nossa parcela de responsabilidade”, declara a Life e Executive Coach e analista comportamental, Edina Esmeraldino.
A profissional trabalha há algum tempo com processos de coaching e explica que a ferramenta tem por objetivo trabalhar o desenvolvimento humano e o estabelecimento de metas. “Quem se compromete num processo desses se depara com um choque de autorresponsabilidade, ou seja, descobre que por ação ou omissão ela mesmo se colocou na vida que está vivendo, seja ela boa ou não”, avisa.
Por isso, por mais que exista crise e outros problemas os quais não temos como impedir que aconteçam, como reagimos aos fatores externos é que determina como será nossa vida, nossa empresa, nosso relacionamento, segundo Edina. Para a Life e Executive Coach, é mais cômodo ficar reclamando da crise, do governo, da saúde, do marido, dos filhos, do que agir e assumir a responsabilidade pela sua vida. “Ou somos vítimas de tudo e de todos ou somos heróis, aqueles que vencem os obstáculos. E, para vencê-los, é necessário ter planejamento, foco, meta e disciplina”, avisa.
Para exemplificar, Edina explica que boa parte das empresas que fechou estava aguardando a crise passar para então investir em algo. Quando o correto é mudar, investir em novos projetos, produtos, etc, enquanto se está na crise. “Quem fica parado lamenta o fracasso do seu negócio. Quem tem resiliência e se adapta aos novos tempos alcança o sucesso. Por isso, mesmo em crise, vemos empresas que estão crescendo”, avalia.
Planejamento estratégico
Empresa que desejam crescer em 2017 e mesmo os profissionais que estão desmotivados com os últimos acontecimentos, segundo Edina, devem fazer um planejamento equilibrado, focado em crescimento e investir a sua energia na consolidação das suas metas. “Quem fica se lamentando não tem tempo e nem energia para mudar as coisas”, avisa.
Muitas pessoas se arrepiam ao ouvir essas duas palavrinhas. No entanto, o planejamento é o primeiro passo para ter um norte do que se quer para os próximos anos, seja na empresa ou na vida pessoal. “Ao contrário do que muitas pessoas pensam, fazer um bom planejamento exige passos simples e que podem ser feitos por qualquer empresa, independentemente do tamanho. Ter um olhar estratégico sobre o futuro do negócio é fundamental para tomar as decisões certas e crescer de forma estruturada e pelo caminho certo”, explica.
Edina aconselha que quando as pessoas forem fazer uma avaliação de 2016, ponderando os pontos positivos e negativos, não se frustrem pelas coisas que ainda não aconteceram. “O planejamento é importante, porém, não é garantia de se alcançar tudo no período desejado. Quem alcançou 80% das metas está no caminho certo. Agora é focar e manter as metas não alcançadas em 2017.”
Entendendo o planejamento:
Importância: para atingir qualquer objetivo é necessário saber o que se pretende alcançar. Sem planejamento, a empresa pode tomar um rumo que não é o desejável. Resumidamente, o planejamento envolve sonhar o futuro e buscar as ferramentas necessárias para torna-lo realidade.
Planejamento da empresa x planejamento pessoal: ao planejar as novas diretrizes para a empresa, a pessoa não pode cometer o erro de misturar as suas metas com as do negócio. Primeiro, pense no que você, pessoalmente, deseja para sua vida. Para depois elaborar metas para a empresa que não comprometam esses sonhos. Por exemplo, se você planeja ter um filho nos próximos dois anos, o planejamento da empresa precisar contar com uma ação que vise procurar um sócio ou profissional que possa substituí-lo por um tempo.
Por fim, para garantir que as ações do planejamento estão sendo cumpridas é necessário estabelecer metas e indicadores que provem que ele está funcionando. Pergunte-se: “o que dentro da realidade da minha empresa prova que eu atingi determinado objetivo”. E, a partir dessas metas, defina as métricas. Nessa parte do planejamento, de acordo com Edina, muitos empreendedores acabam se enrolando ou por colocarem metas e indicadores que não condizem com a realidade da empresa ou por confundirem os reais significados de objetivo, meta e ação.
Um exemplo fácil para entender como deve funcionar: imagine que você chegou à conclusão de que precisa depender menos dos grandes clientes. Então, seu objetivo será ampliar a grade de clientes, buscando os de porte médio e pequeno. Não depender de um único cliente dá mais qualidade e tranquilidade ao empreendedor. Os objetivos são sempre mais qualitativos. A meta aqui então seria ter um número X de clientes e que nenhum deles represente mais de 20% do faturamento. Por fim, as ações serão buscar novos clientes em um determinado segmento, ou numa nova região geográfica e até investir em publicidade. “Por mais que a rotina seja extenuante, é importante avaliar o planejamento de tempos em tempos E mãos a obra porque 2017 já está batendo na porta”, enfatiza.