Por Patrícia Melo | Fotos: Divulgação/ Quantum
De onde vem a energia que utilizamos para realizar as principais atividades do cotidiano? Assistir televisão, iluminar a casa durante a noite, trabalhar no computador e tantas outras tarefas são possíveis apenas com energia elétrica. Pensar novas alternativas para que esse recurso permaneça abundante é um desafio encarado por especialistas. Nesse contexto, uma empresa brasileira tem sido pioneira em trazer para o país experiências internacionais para produção de energia solar flutuante.
Construído para instalação em lagos de usinas hidrelétricas, o sistema flutuante contribui para manter a produção de energia mesmo nos períodos de seca. Ideal para as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s), este tipo de projeto tem ainda a facilidade de utilizar áreas que já contam com licenciamento ambiental.
Desde o ano passado a empresa Quantum Engenharia, com sede em Santa Catarina, tem instalada uma plataforma flutuante em um lago na Universidade Positivo, em Curitiba, no Paraná. O sistema piloto é off-grid, ou seja, não está ligado diretamente à rede de energia elétrica, sendo assim, toda a geração é consumida em seguida, diferentemente do que ocorre com os demais projetos fotovoltaicos.
De acordo com Gilberto Vieira Filho, diretor-presidente da Quantum Engenharia, essa tecnologia pode contribuir para manter o fornecimento durante todo o ano. “O interessante desse tipo de projeto é que a produção de energia não fica mais atrelada exclusivamente ao potencial hidráulico. Mesmo quando os níveis de água estão menores é possível usar a luz solar e continuar operando”, explica.
A produção de energia solar flutuante já ocorre em países como Japão e Inglaterra e opera, basicamente, do mesmo modo que os sistemas instalados em prédios, residências e usinas terrestres. “A grande diferença é o equipamento para flutuação, que evita transtornos com água, e o cabeamento subaquático que leva a produção para as edificações”, detalha.
Até 2050 a expectativa é de que a energia solar corresponda a 13% da oferta total do Brasil. Portanto, mesmo com custo de projeto mais elevado, o uso de flutuadores promete ser uma alternativa atraente, principalmente em áreas com PCH’s, para manter a estabilidade da produção, aliando tecnologia e sustentabilidade.