Em 2016 o número de bebês que nasceram com sífilis aumentou 75% em SC

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No ano passado, 475 bebês nasceram com a sífilis em Santa Catarina, um número 75% maior do que o registrado no ano passado, quando ocorreram 272 casos. A sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e até morte do bebê. É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema Pallidum, transmitida principalmente pela relação sexual desprotegida.

Inicialmente, a sífilis se manifesta como uma ferida nos órgãos genitais e ínguas nas virilhas, que desaparecem espontaneamente e podem passar despercebidas. Após alguns meses, surgem manchas no corpo e queda de cabelo que também cessam sem tratamento. Nessas fases, a sífilis é altamente contagiosa e a pessoa continua doente e transmitindo a doença, mesmo aparentando melhora.

Quando não há tratamento adequado, a doença fica estacionada por meses ou anos, até surgirem complicações mais graves como cegueira, paralisia, doenças cardíaca e cerebral que podem tanto deixar sequelas importantes como levar à morte.

O tratamento é realizado com antibióticos indicados por um profissional de saúde. O principal é a Penicilina Benzatina, conhecida como Benzetacil. Outros antibióticos possíveis de serem utilizados são Doxiciclina e Ceftriaxona.

Eliminar a transmissão de sífilis da mãe para o bebê em todo o estado de Santa Catarina até 2019 é o grande objetivo do Plano de Redução da Sífilis Congênita que está sendo construído pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Dive/SC).

“A sífilis tem cura, desde que o tratamento seja feito oportunamente. A partir do tratamento adequado da gestante e do seu parceiro sexual, o bebê nasce livre da doença, ou seja, a sífilis congênita é 100% evitável”, enfatiza Dulce Quevedo, gerente de Vigilância das DST, Aids e Hepatites Virais da Dive/SC. O tratamento é realizado com antibióticos indicados por um profissional de saúde. No caso das gestantes, o único antibiótico indicado é a Penicilina, cujo abastecimento já está normalizado no estado.

O Plano de Redução da Sífilis Congênita de Santa Catarina estabelece diversas estratégias a serem implementadas a partir de 2017 com a meta de melhorar a qualidade da atenção à saúde da mulher e do seu filho durante a gestação e o puerpério.

Os objetivos são: aumentar a cobertura da testagem para sífilis nas gestantes durante o pré-natal, bem como nos casais que estão planejando gestação; aumentar a cobertura de tratamento adequado nas gestantes com sífilis durante o pré-natal, incluindo o tratamento dos parceiros sexuais e aumentar a cobertura de tratamento e o seguimento adequado dos recém-nascidos com sífilis congênita.

Os casos de sífilis vêm aumentando ano a ano no mundo, no Brasil e em Santa Catarina. A estimativa da Organização Mundial da Saúde é que 937 mil pessoas são infectadas a cada ano no país. Em Santa Catarina, os casos de sífilis adquirida vêm aumentando em torno de 50% ao ano. Em 2015, foram registrados 5.706 novos casos, um crescimento de 53,5% em comparação aos 3.716 novos casos notificados no ano anterior. Em relação às gestantes (notificadas separadamente), o incremento foi de 61%, passando de 777 em 2014 para 1.254 em 2015.

No hotsite – www.dive.sc.gov.br/sifilis – há informações completas sobre a doença, formas de transmissão e de prevenção e um link para a lista das unidades de saúde que oferecem o teste rápido, de forma rápida, gratuita e sigilosa.

Dados: DIVE – Diretoria de Vigilância Epidemiológica