Você já caiu no golpe do falso advogado? OAB/SC quer responsabilizar operadoras e redes sociais

Fraude causou prejuízos em todo o país ao usar nomes reais de advogados para enganar vítimas; ação da OAB busca mais segurança digital para todos.

Você já recebeu uma mensagem dizendo que precisava pagar custas de um processo, resolver uma pendência judicial ou falar com um advogado urgente? Pois é, muita gente no Brasil já caiu nesse tipo de golpe — e os criminosos estão ficando cada vez mais convincentes. Eles usam fotos, nomes verdadeiros e até o número de inscrição de advogados reais para enganar as vítimas.

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Esses falsos advogados entram em contato por WhatsApp, ligações ou redes sociais, com histórias que parecem reais. O resultado? Pessoas que acabam transferindo dinheiro achando que estão resolvendo algo na Justiça, mas na verdade estão sendo enganadas. As perdas  podem ser grandes, e a sensação é de que a situação saiu do controle.

Diante desse cenário, a OAB Santa Catarina (OAB/SC) decidiu agir. A entidade vai entrar com uma ação civil pública contra operadoras de telefonia e plataformas digitais, pedindo que elas também sejam responsabilizadas por falhas na segurança que facilitam esses golpes. A decisão foi aprovada por unanimidade nesta quinta-feira (9/10), dentro da campanha Contragolpe da Ordem, criada para proteger cidadãos e advogados catarinenses.

Segundo o presidente da OAB/SC, Juliano Mandelli, a advocacia tem sido diretamente afetada, e a entidade recebe relatos de golpes quase todos os dias. “As empresas também precisam ser responsabilizadas por garantir a segurança dos seus usuários”, afirmou.

A proposta é que as plataformas e operadoras adotem medidas práticas — como filtros automáticos que bloqueiem números suspeitos, verificações de identidade mais rigorosas e alertas automáticos quando houver tentativas de contato fora do padrão. São ações simples, mas que poderiam evitar muitos prejuízos.

O parecer que deu origem à ação foi relatado pela conselheira estadual Caroline Schneider, com estudos feitos pelas Comissões de Direito do Consumidor e Direito Digital, coordenadas por Douglas Dalmonte. Segundo Caroline, mesmo com operações como a Lex Falsa — que prendeu vários golpistas em diferentes estados —, as fraudes continuam acontecendo.

“O golpe do falso advogado não prejudica só quem cai nele. Ele abala a confiança das pessoas no sistema de Justiça”, explica Alisson Luiz Micoski, presidente da Comissão de Direito do Consumidor. Já Thiago Martinelli Veiga, da Comissão de Direito Digital, lembra que a tecnologia deve ser usada para combater o crime, e não o contrário. “Precisamos de ferramentas mais seguras e mais atenção das empresas de telefonia”, destaca.

A ação da OAB/SC é um passo importante para chamar a atenção sobre o problema — e também um alerta. Enquanto as empresas não se mobilizam, é preciso redobrar o cuidado. Se alguém disser que é advogado e pedir dinheiro, desconfie. Verifique o nome e o número da OAB no site oficial da Ordem e, se algo parecer estranho, não faça nenhum pagamento. Pelo que a entidade coloca, o próprio advogado também é vítima.


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