Vinhos com aromas de flores típicas da primavera

Flor de laranjeira

 

 

Por Bruna Gabriela Ziekuhr

O que seria do vinho sem seus aromas, não é mesmo? O consumo dos alimentos e bebidas está diretamente relacionado ao estímulo dos sentidos humanos e, por esse motivo, o aroma torna-se um atributo muito importante nas degustações.

Os aromas encontrados nos vinhos surgem no decorrer do processo de produção da bebida, durante a transformação dos açúcares do mosto em álcool e estão associados a elementos que o olfato identifica com facilidade, revelando a qualidade do vinho e outros fatores que podem influenciar no resultado da bebida.

Na primavera, com as temperaturas mais quentes e agradáveis, o frescor e alegria das flores podem ser encontrados também em inúmeros vinhos, como espumantes, brancos, rosés e alguns tintos.

No entanto, como os aromas florais costumam ser delicados, podem passar despercebidos nos vinhos, pela falta de familiaridade com o cheiro.

“É importante ressaltar que para conseguir extrair todos os aromas e sabores da bebida, o indivíduo precisa ficar atento se a taça e a temperatura estão adequadas, para o olfato, o mais importante no processo de degustação é contar com a memória e com a imaginação”, observa o sommelier da Decanter Blumenau, Sidney Lucas.

Exaltando os aromas florais, os vinhos possuem algumas diferenças e características peculiares. Entre eles, podemos citar os aromas de rosas, violeta, flor de acácia e flor de laranjeira.

Para aproveitar a estação mais florida do ano e apreciar todos os aromas presentes no vinho, o sommelier sugere alguns aromas florais que podem ser encontrados na bebida.

 

Divulgação

 

Rosas: O aroma de rosas é bastante comum em vinhos. Em caso de paladares mais tradicionais, a dica é apreciar vinhos elaborados a partir das uvas Riesling, Negramaro ou Nebbiolo.

Violeta: O aroma é comum em tintos, como o Pinot Noir do Novo Mundo, apesar da uva ser originária da região da Borgonha, na França. A uva produz alguns dos vinhos mais elegantes do mundo, a Merlot, uma das tintas mais usadas no mundo na produção de vinho e na Aglianico, uva clássica italiana.

Flor de acácia: O aroma da flor de acácia pode ser encontrado em uma uva pouquíssima explorada pelos brasileiros, mas que os italianos amam, a Grechetto.

 

Flor de laranjeira

 

Flor de laranjeira: O aroma é muito comum em vinhos como o Moscatel, uva muito adocicada e leve. O Pinot Grigio ou Pinot Gris, natural da Alsace, também é uma ótima opção para degustar. A uva é conhecida por ser uma mutação da Pinot Noir, produzindo vinhos com aromas ricos e condimentados.

 

Saiba mais sobre os aromas nos vinhos

A sensação de um aroma é desencadeada por uma mistura complexa de moléculas de diversas classes químicas, como hidrocarbonetos, terpenos, álcoois, cetonas e os ésteres e entre outros. Essa grande diversidade de compostos de aromas reflete diretamente na sua complexidade e pode ser dividida em: aromas primários, secundários e terciários. “Os aromas florais, podem ser primários ou secundários, e são resultantes da variedade de uva escolhida para a elaboração do vinho quando esta tem por característica própria desenvolver este tipo de aroma”, destaca Sidney.

O sommelier explica que os aromas primários são caracterizados por compostos da uva que se mantém inalterados após a fermentação, conservando aromas muito parecidos aos do mosto antes da fermentação.

Já os aromas secundários são gerados principalmente durante a fermentação, quando se forma, qualitativa e quantitativamente, o maior número dos compostos voláteis presentes no vinho. Por fim, os aromas terciários ou bouquet são gerados durante a maturação ou envelhecimento.