Dormindo em um barraco precário, cercados por estrebarias e dividindo espaço com bezerros, ovelhas e porcos, dois irmãos viviam em condições degradantes em uma propriedade rural de São José do Cerrito, na Serra Catarinense.
O banheiro era inabitável, com um chuveiro improvisado e sem qualquer condição de higiene. As acomodações dos trabalhadores eram separadas dos animais apenas por ripas de madeira furadas, expondo-os a sujeira e riscos à saúde.
Esse cenário de exploração foi interrompido nesta quinta-feira (20/02/25), quando uma força-tarefa resgatou os trabalhadores e prendeu o dono da propriedade em flagrante. A operação foi realizada pelo Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT-SC), em conjunto com fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego, a Polícia Federal e representantes dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CERESTs) local e regional.
As vítimas eram dois irmãos, ambos em situação de vulnerabilidade devido ao alcoolismo. Um trabalhava no local há sete anos, sendo responsável por serviços gerais e pelo cuidado dos animais, incluindo os porcos que, segundo relatos, eram “rifados”. O outro havia chegado há seis meses para quebrar pedras e preparar o piso de um dos estábulos, sendo obrigado a realizar a tarefa em meio a fezes de animais.
Durante o resgate, uma das vítimas, visivelmente embriagada, confirmou que nunca recebeu dinheiro pelo trabalho, apenas cachaça.
O patrão permanecerá preso até a conclusão da diligência e a quitação das dívidas trabalhistas e rescisórias. O Ministério Público do Trabalho apresentará um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para que ele assine, comprometendo-se a não reincidir na prática.
Internacionalização e Distrito da Inovação, estão entre os grandes objetivos
