Toby, Branco e Bidú são os primeiros cachorros atendidos no Cepread

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Fotos: Eraldo Schnaider |  Texto: Joni César

Vítimas de atropelamentos, são os animais em atendimento que evidenciam o sucesso e a necessidade de implantação do centro na cidade.

Toby, Branco e Bidú são os primeiros cachorros errantes (sem dono) e sem raça definida que estão recebendo atenção especial pela equipe do Centro de Prevenção e Recuperação de Animais Domésticos (Cepread) para em breve voltar ao convívio social. Vítimas de atropelamentos, são os animais em atendimento que evidenciam o sucesso e a necessidade de implantação do centro e que cria uma nova página na história do município em relação ao trato com os animais.

Carinhosamente batizados pelos profissionais do centro, Toby é inquieto, seus olhos mostram sinais de medo, talvez com receio de não saber como será tratado pela equipe. Seu andar é lento, mas ajeitado. Branco, na baia ao lado, não teve tanta sorte quando seu amigo. Sua respiração é curta, entrecortada. Não anda. Fica todo tempo deitado porque é paraplégico. Dos três, Bidú está com suspeita de cinomose, uma virose que ataca o sistema de neurológico, é o mais afetado. Está internado na ala de isolamento. A situação pode parecer triste, mas reflete a real situação dos animais de rua no município e os descasos cometidos pelos seus antigos donos.

De acordo com o responsável pela Diretoria de Bem Estar Animal, Eliomar Russi, o numero de denúncias saltou de forma significativa depois da implantação do Cepread, desde o dia 3 de setembro. “Estávamos com uma média de 4 a 5 denúncias por dia. Pulamos agora para uma média de 25 a 30 denuncias, o que evidencia mais uma vez uma situação extrema na cidade em relação à forma como são tratados os animais sem dono”, diz.

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Se de um lado as denúncias evidenciam o apoio da população e configuram um sinal de alerta, por outro lado também deixam a equipe do Cepread preocupadas pela forma com que são feitas as solicitações. Isso porque, explica Eliomar, 99% das denúncias ao órgão são feitas de forma anônimas, sem informações claras e exatas, o que dificulta o trabalho de deslocamento dos profissionais, além da perda de tempo na abordagem. “Todos os dados ficam em sigilo. Por isso, é preciso que a população nos abasteça de elementos que facilitem o trabalho, como endereço correto, número do apartamento, entre outros itens”.

Denúncias

A população pode fazer as denúncias pelo telefone da Ouvidoria da Saúde no número 3381-770 onde o solicitante recebe um número de protocolo. As solicitações são enviadas para o Cepread e analisadas pela equipe de profissionais que fará a abordagem, utilizando o Cepread Móvel para atendimento do animal no local ou levá-lo para internação. Eliomar reforça que a política de trabalho do centro é transparente e vital para a sobrevivência do animal no município. Ele é internado, quando necessário, tratado e devolvido ao convívio social.

“A volta ao convívio social também envolve a doação deste animal. Por isso, trabalhamos com três vias. O Sábado Animal, onde a população poderá adotar, as Organizações Não Governamental (ONGs) e os defensores voluntários. São três importantes meios por onde podemos fazer com que este animal consiga um novo lar”, explica Eliomar, lembrando que todos os animais são castrados e chipados. “O animal é entregue numa situação muito melhor do que quando é adquirido em outro local ou no próprio comércio”.

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Trabalho de equipe

O Cepread funciona na rua Curt Klein, uma transversal da rua Dr. Pedro Zimmermann, na Itoupava Central. Conta com três médicas veterinárias, uma estagiária e um agente administrativo. Até o final deste ano, a equipe de profissionais tem como meta a castração de mil cachorros fêmeas (errantes) para minimizar a proliferação na cidade.

Com 392 metros quadrados de área construída em uma área total de 1.800 metros quadrados, o Cepread conta com três prédios distintos, sendo um setor administrativo, o Canil e Gatil para a permanência dos animais e o prédio de isolamento para os animais portadores de doenças e que precisam de cuidados especiais. São 16 baias exclusivas para a permanência dos animais temporariamente no abrigo. “Vale reforçar ainda que cada baia possui duas alas, uma que serve como dormitório e a outra para que o animal possa tomar banho de sol”, diz Eliomar.

via  PMB