Temporada frustrou os setores da gastronomia e do entretenimento de SC

Pesquisa da Abrasel indica mais fechamentos de empresas e perda de postos de trabalho em 2022.

Imagem: Bruno Germany [Pixabay]

A alta da inflação, que ocasiona a perda de poder aquisitivo dos consumidores, somada ao pico da variante ômicron, após as festas de fim de ano explicam o resultado frustrante relevado pela pesquisa da Abrasel em todas as regiões turísticas de Santa Catarina.

Segundo o levantamento, 60,8% dos entrevistados afirmaram terem recebido um fluxo de clientes igual ou inferior ao mesmo período de 2020, que já não foi satisfatório. Para 66,7% deles, o gasto médio dos frequentadores teve redução real, considerando o efeito da inflação no período.

“O setor tinha a expectativa de que a temporada de verão significasse uma retomada pós-pandemia, que dizimou 5 mil empresas e mais de 40 mil postos de trabalho nos últimos dois anos”, afirma Raphael Dabdab, presidente da entidade em Santa Catarina. E alerta: “Infelizmente o cenário para 2022 indica mais perdas, já que 68% dos negócios estão endividados e 18% deles não conseguem pagar suas obrigações em dia. A estimativa é de que levarão entre três e cinco anos para zerarem os débitos”.

A pesquisa demonstrou que 79,4% dos entrevistados não pretendem realizar qualquer investimento nos próximos 12 meses. E 23,9% devem reduzir ou fechar suas operações.
Durante esse difícil período de pandemia, o setor sofreu dois aumentos de carga tributária, tornando-a a mais alta de todos os estados das regiões sul e sudeste. O Executivo se mostrou insensível à perda de poder econômico dos catarinenses e à crise do segmento. Em vez de auxiliar, para aquecer a economia e estancar a queda de empregos, a carga tributária aumentou.

A expectativa dos empresários do setor está na sensibilidade dos deputados estaduais para que corrijam essa situação e derrubem o veto do governador o projeto de lei que promoverá a equiparação da carga de ICMS de Santa Catarina à do Paraná. Ele reduz os atuais 7% sobre os alimentos e 25% em cima dos vinhos, espumantes e destilados, para os mesmos 3,2% do estado vizinho.

“A elevada carga de impostos está sufocando o consumo, reduzindo a atividade econômica e a geração de empregos”, afirma o presidente, lembrando que os catarinenses têm a maior carga de impostos per capita do país. “Não faz sentido o catarinense pagar a mais elevada carga de imposto sendo que o estado não para de bater recordes de arrecadação”, finaliza.