Sensores inseridos em bio-cápsulas estão sendo usadas na criação de gado em SC

Por Marcos A. Bedin |  Fotos: divulgação

O controle reprodutivo e sanitário dos rebanhos brasileiros passa a contar com uma nova e avançada tecnologia originária da Coreia do Sul. Sensores inseridos em bio-cápsulas são a tendência do mercado global que chega ao Brasil. A fazenda Santa Rita, localizada no interior de Erval Velho, no meio oeste catarinense, foi a segunda propriedade a ter essa tecnologia no País.

Vinte bovinos de corte da raça Red Angus receberam a bio-cápsula e serão permanentemente monitorados tanto pelo produtor quanto pela empresa Live Care, que desenvolveu a tecnologia. O proprietário da fazenda e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) José Zeferino Pedrozo considera que os avanços tecnológicos são excelentes suportes para o desenvolvimento da bovinocultura, assim como de outras cadeias produtivas.

 

A capsula é colocada via oral nos animais

As bio-cápsulas são inseridas por via oral no estômago dos animais e capturam dados de temperatura do corpo, ciclos diários de líquido. “Esses dados são enviados para uma caixa de coleta em tempo real, ou seja, o produtor consegue acessar essas informações em qualquer lugar por meio da web ou do aplicativo”, explica o responsável pela Live Care no Brasil.

Os dados são atualizados mais de 300 vezes ao dia, permitindo que o criador compreenda melhor o tempo de inseminação após o cio além de auxiliar na prevenção de possíveis acidentes de parto. O serviço, disponibilizado pela empresa em vários países, envia notificações por meio de um alarme ou mensagem quando identifica alguma anormalidade.

As informações de cada animal são acompanhadasO produto utilizado na fabricação das bio-cápsulas é proveniente da cana de açúcar, não é tóxico e permanece no estômago do animal de seis a sete anos com total segurança. “Foram mais de três anos de pesquisa e desenvolvimento com mais de três milhões de dados comparativos, garantindo um alto nível de confiabilidade e detecta a anormalia imediato, evitanto possíveis epidemia no rebanho com total controle dos animais”, complementa o diretor.

O sistema chegou recentemente ao Brasil e encontra-se em período de teste em apenas duas propriedades. “Ainda não temos como mensurar quais recursos serão necessárias, isso varia de acordo com a realidade de cada propriedade, mas os investimentos feitos são por mensalidade justamente para facilitar o acesso aos produtores rurais”, observa director da Live Care.

Pedrozo avalia que os dados emitidos pelo sistema são parâmetros importantes para o monitoramento da saúde e da reprodução do rebanho. O presidente ressalta que em território barriga-verde, de acordo com dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC), a bovinocultura está presente em 291 municípios (98,6% do total).

O rebanho distribui-se em 78.729 produtores, dos quais 35.713 (45,36%) com finalidade comercial e 43.016 (54,64%) sem finalidade comercial. Embora o Estado seja mais conhecido pela produção de leite do que de carne, há predomínio de animais de corte: 51,4% possuem aptidão para corte, 34,7% aptidão para leite, 13,75% aptidão mista. “O acesso a essas informações representa redução de perdas e retorno positivo aos produtores rurais. As novas tecnologias surgem como propulsoras do agronegócio”, finaliza.

 

A antena é instalada e captura todos os dados dos animais