Secretário de Planejamento Urbano fala sobre reurbanização da área central e as audiências públicas

A Secretaria de Planejamento Urbano, trabalhou na elaboração de projetos urbanísticos integrados que melhorem a mobilidade urbana e tornem a cidade mais humanizada. Uma destas propostas é a reurbanização da região central da cidade, compreendendo inicialmente a Alameda Rio Branco e a Rua Nereu Ramos. O assunto foi postado na semana passada, para reler, basta clicar aqui.

Conversamos com o Secretário de Planejamento Urbano, Juliano Gonçalves, para saber alguns detalhes sobre o desenvolvimento do projeto. Também perguntamos sobre sua avaliação das várias audiências públicas que nortearão o futuro Plano e Mobilidade Urbana que integrará o novo Plano Diretor de Blumenau.

Juliano-Goncalves

OBlumenauense: Como foi desenvolvida essa proposta de reurbanização da área central?

Juliano Gonçalves: Nós temos uma série de projetos em desenvolvimento, programas para órgãos distintos em todo espaço urbano de Blumenau. O que é importante que se ressalte, é que para cada novo projeto ou intervenção, a secretaria de projetos urbanos compatibiliza com um outro que já está em curso. Sejam de longo ou curto prazo, o que não podemos é ter projetos se contrapondo para o futuro da cidade. Estamos buscando a compatibilização das outras secretarias, aproveitando as obras do SAMAE no centro, para implementar as mudanças viárias e as obras de reurbanização.

OBlumenauense: Qual é o cronograma para entrega dessa obra?

Juliano Gonçalves: Essa obra específica, que compreende a Rua Nereu Ramos e Alameda Rio Branco, tem previsão para ser executada em duas etapas. A primeira, com a consolidação do binário das duas ruas, num processo que já está em curso e deve ser concluído até o final de janeiro ou início de fevereiro. Nesse prazo o binário já deve estar em operação como um todo.

Na sequência, o projeto segue a reurbanização de calçadas e implementação de ciclovias, com recursos do PAC. Esse é um processo um pouco mais demorado, já que os projetos são enviados à Caixa Econômica para aprovação e depois é feita uma licitação específica para serem implementados. A previsão é que possa ser concluído até o final do primeiro semestre de 2016. Mas todas as obras não são meramente projetos. Muitos estão sendo executados através de recursos já formalizados ao município. São obras que vão acontecer com um pouco mais ou menos de tempo, mas estão previstas para serem implementadas em curto prazo.

OBlumenauense: Qual expectativa do quanto o fluxo de trânsito pode melhorar na região com todas essas mudanças?

Juliano Gonçalves: Essa intervenção melhora em vários aspectos, não só pelas ações do Samae como da SESUR (Secretaria de Serviços Urbanos), e o sistema de trânsito como um todo. Ela melhora a questão da caminhabilidade, da revitalização da área Central, a ampliação da malha cicloviária, dos sistemas de corredores exclusivos de ônibus, do fluxos dos veículos e a redução dos conflitos de trânsito.

OBlumenauense: E em relação às audiências públicas para a mobilidade? Tenho observado a pouca participação das pessoas em um assunto tão importante, que muda a forma com que nós vamos nos locomover e conviver nos próximos anos.Qual sua avaliação sobre o assunto?

Juliano Gonçalves: A secretaria de planejamento está promovendo um dos processos participativos mais intensos da história de Blumenau. Não só nas discussões do plano de mobilidade, como também do plano diretor. No plano de mobilidade, muitos municípios realizaram uma audiência pública, elencando suas prioridades e fazendo o decreto através de uma legislação específica. Em Blumenau nós realizamos doze audiências públicas sobre este assunto, em todas as regiões administrativas do município.

Foram mais de 16 encontros para discutir a mobilidade em um processo participativo, onde mais de mil pessoas contribuíram direta ou indiretamente. Tivemos vários canais abertos de participação, não só na audiência pública, como no protocolo de documentos à secretaria de planejamento, ou de forma interativa através do site .

Nós encerramos a etapa de participação comunitária, para agora fazer uma leitura dessas informações. Depois faremos novas audiências públicas com as propostas diretrizes, para que possamos concluir essa etapa o mais breve possível. Na sequência ele entra automaticamente no debate do plano diretor da cidade, que deve ser enviado à Câmara Municipal de Vereadores até o final de 2016, junto com os principais códigos complementares.

OBlumenauense: Então para se colocar em prática ainda há um longo caminho?

Juliano Gonçalves: Planos são diferentes de projetos. Planos são diretrizes para o futuro da cidade, não só da mobilidade, mas do processo de desenvolvimento previsto pelo plano diretor como um todo para os próximos 10 anos. É claro que ele é dinâmico, com mudanças permanentes e contínuas.

OBlumenauense: Qual sua avaliação das audiências públicas não só em relação ao número de pessoas, quanto de ideias?

Juliano Gonçalves: Depende do segmento organizado da sociedade e da localidade, nós tivemos maior ou menor participação. Fizemos audiências públicas com poucas pessoas. Mas em outras, principalmente em segmentos organizados como da Codepa e Abludef, onde participaram mais de 250 pessoas mostrando a preocupação em determinadas áreas. Essas participações passaram a ser um indicador ao poder público das prioridades.

Enquanto alguns eixos temáticos despertaram pouco interesse, outros grandes, como esse da caminhabilidade e acessibilidade no âmbito do município. Esse processo da participação, não pode ser avaliado através de uma audiência pública com poucas pessoas. Tem que ser visto em um contexto como um todo, que futuramente será apresentado à população de Blumenau.