Resultados do SCMC são apresentados na Febratex

Empresários e jornalistas conversaram sobre a história e os efeitos que os nove anos de movimento tiveram sobre o olhar das indústrias catarinenses para o design

A Feira Brasileira para a Indústria Têxtil (Febratex) acontece em Blumenau (SC) por conta do histórico da região no volume de produção nacional – cerca de 16,6% do PIB têxtil nacional é de Santa Catarina. Mas, em 2014, o evento abriu espaço para mostrar o que é o movimento Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC), um dos agentes de uma mudança gradativa que ocorre nas indústrias locais, que passaram a valorizar cada vez mais o design e o valor agregado. O movimento existe há nove anos e hoje conta com 17 empresas. Juntas, elas faturam R$ 4,2 bilhões e empregam 25 mil pessoas.

Esses números foram apresentados na tarde de quarta (13) na sala de imprensa da feira, que segue até sexta (15). Na ocasião, o presidente do SCMC, Claudio Grando, afirmou que o movimento é uma iniciativa única, que coloca os maiores players do país para debaterem estratégias, gestão e inovação. “Entendemos que a mudança de um estado que produz muito para um estado que cria precisa partir da visão do negócio. Por isso, além do evento final com coleções criadas por empresas e universidades, realizamos agendas o ano todo para debates entre empresários e gestores”, comentou.

Cases confirmam movimento de sucesso

Além de Grando, André Lobe, diretor da Lancaster, comentou sobre os efeitos diretos do SCMC no negócio da empresa. “Em 2005 estávamos num momento muito difícil. Até que o movimento surgiu e foi nos fazendo entender que precisávamos do valor agregado. Hoje faturamos quatro vezes mais”, afirmou.

Já André Klein, diretor da Dalila Têxtil, afirmou que o SCMC é uma semente fantástica e que os resultados, apesar de serem expressados por números, vão muito além de algarismos. “Com o SCMC percebemos que poderíamos unir o imaginário e o real, colocar a criatividade a favor do potencial industrial que tínhamos”, comenta. A Dalila já cresceu 25% em 2014.

Bruno Hansen, da Digra, aponta que um dos grandes benefícios do SCMC é fazer com que os empresários troquem experiências e aprendam entre si. “Hoje conseguimos ouvir presidentes de empresas centenárias e trocar informações com eles. É um sentimento de que todos estão ali para colaborar com o crescimento de algo maior, que é a nossa identidade como criadores de moda”, diz.

Texto: Marina Melz

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Claudio Grando apresentou o movimento para jornalistas e influenciadores | Imagem: Divulgação
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Jacir Lenzi (Senai), Amélia Malheiros (Hering), Bruno Hansen (Digra), André Lobe (Lancaster), Claudio Grando (Audaces) e André Klein (Dalila) representaram os empresários que compõe o SCMC no evento | Imagem: Divulgação