Reprodução assistida auxilia homens que fizeram vasectomia a se tornarem pais

 

Por Deborah de Salles

É preciso desmistificar a ideia de que a vasectomia é irreversível para quem deseja ter filhos. Apesar de tornar o homem estéril, o procedimento não é definitivo.

O ginecologista e obstetra creditado pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Matheus Roque, explica que para um casal infértil em que a causa é a vasectomia, existem duas possibilidades para uma gravidez ser bem sucedida: a reversão de vasectomia e as técnicas de reprodução assistida.

 

Reversão da Vasectomia

Homens que desejam a reversão precisam se submeter ao procedimento chamado “vaso-vaso anastomose”. Na prática, o profissional realizar a re-conexão do tubo que transporta os espermatozoides da região testicular até a região das vesículas seminais e próstata. Apesar da possibilidade de sucesso da reversão (homem voltar a ter espermatozoides na ejaculação), pode ocorrer situações do casal não conseguir engravidar.

 

 

“Ou seja, antes de ser indicada uma cirurgia de reversão, é importante que seja realizada uma adequada avaliação da parceira deste homem para investigar possíveis causas de infertilidade nesta mulher”, alerta Roque. Isso porque a fertilidade também deve levar em consideração a idade e a reserva ovariana da mulher.

 

Inseminação Intra-Uterina (IIU)

Esta técnica de reprodução assistida só é possível quando o homem realiza o congelamento de sêmen antes da realização da vasectomia. O sêmen é descongelado e preparado para ser injetado dentro do útero da mulher. O procedimento é realizado no período ovulatório e está mais próximo de uma gestação natural.

 

Fertilização In Vitro (FIV)

É a outra alternativa por meio da reprodução assistida para um homem que tenha realizado a vasectomia e que não tenha indicação ou não queira realizar a reversão, ou mesmo que tenha realizado a reversão mas sem sucesso.

Nestes casos, os espermatozoides são retirados diretamente da região do epidídimo ou do testículo e cada espermatozóide é injetado diretamente dentro do óvulos. A fertilização (junção do óvulo e espermatozoide) é realizada em laboratório e o embrião já formado é transferido para o útero da paciente. As taxas de sucesso são superiores à gestação natural e IIU.

 

Cuidados

A Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida aponta que é preciso se atentar em discutir prós e contras do procedimento e comparar resultados de taxas de gravidez pós reversão com as taxas de gravidez pós Fertilização In Vitro. A definição final deve ser do homem ou do casal, quando for o caso, embasados em dados técnicos e resultados apresentados pelo médico especialista.