Quatro ideias criativas no aprendizado da matemática, criadas por estudantes de escolas públicas

 

 

Texto e fotos: Susana Bartira Wagner Bilck Venturi

A 35ª Feira Catarinense de Matemática começou na quarta-feira (23/10/19) e termina nesta sexta (25)  em Campos Novos, no meio oeste catarinense. Foi a oportunidade de compartilhar inúmeras atividades desenvolvidas nos Centros de Educação Infantil (C.E.I.s) e nas Unidades Escolares do estado, utilizando-se principalmente da matemática, muitas vezes desenvolvida num contexto de interdisciplinaridade.

Percorrendo os estandes, destacam-se quatro trabalhos para representar a imensidão de possibilidades pedagógicas que podem tornar as aulas mais atrativas e significativas, partindo do cotidiano dos estudantes.

 

 

TETRIS: UMA MANEIRA DIVERTIDA DE APRENDER MATEMÁTICA

“Tetris: uma maneira divertida de aprender matemática”, está sendo realizado com estudantes público alvo da Educação Especial que, frequentam no contraturno a sala de recurso multifuncional da Escola de Educação Básica Ferandino Dagnoni do município de Gaspar, contando com a garantia do Atendimento Educacional Especializado – AEE – como complemento à escolarização, aumentando as possibilidades de inclusão na sala de aula do ensino regular e na sociedade.

 

 

O projeto surgiu a partir do jogo poliminós, apresentado a uma estudante, que em seguida comentou sobre um jogo chamado tetris, parecido com o que se estava montando, porém um quebra-cabeça que se joga virtualmente. Neste momento, os estudantes realizaram a pesquisa do jogo, onde percebeu-se o leque de aprendizado que este quebra-cabeça proporciona.

A partir desta constatação, iniciaram o projeto atendendo a necessidade e o potencial de todos que fazem parte do AEE, com objetivos de desenvolver habilidades visuais e motoras, compreender a importância da reciclagem, desenvolver a empatia, atenção, concentração, compreender de forma lúdica e divertida alguns conceitos de matemática: raciocínio lógico-matemático, os raciocínios operatórios, interpretação, geometria, unidade de medida, sistema de numeração decimal, compreensão e resolução de situações-problemas, além de aprimorar a linguagem oral e escrita.

Por meio deste projeto as estudantes – mesmo com suas limitações – construíram novos conhecimentos matemáticas, que ocorreram por meio da exploração, discussão e análise. O trabalho foi apresentado na Feira pelas estudantes Rayra Luiza Lichtenberg 12 anos (possui TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, distúrbio no PAC – Processamento auditivo central e perda auditiva condutiva e uma excelente habilidade discursiva) e Jenifer Floriani 8 anos (características de altas habilidades/superdotação nas áreas acadêmicas) sob Coordenação da Professora Josiani Bernardo Calefi.

 

 

 

DESCOBRINDO A ARTE NA MATEMÁTICA

Outro projeto “Descobrindo a arte na matemática” foi desenvolvido com as duas turmas do SAE – Serviço de Atendimento Específico – da Escola Recanto Alegre, APAE de Rio do Sul. A expositora Daniela Cristina Felix representou os 19 estudantes dessas turmas, sob coordenação da Professora Maribel Maria Pereira.

Durante o projeto foram confeccionadas bolsas e almofadas com formas geométricas, utilizando-se resíduos de tecidos doados por lojas e indústrias de confecção existentes no município. Para tanto, foram realizadas releituras das obras do artista plástico Romero Britto.

 

 

O principal objetivo do trabalho foi auxiliar e orientar os estudantes para que possam chegar a ter autonomia e não apenas confeccionar artesanatos com resíduos têxteis, mas também terem noção da grande importância ambiental da atividade por eles desenvolvida. Além disso, fornecer conhecimentos financeiros que poderão ser aplicados não somente no âmbito escolar, mas também na vida cotidiana.

 

 

 

 

SABÃO CASEIRO ECOLÓGICO

Por sua vez o projeto “Sabão caseiro ecológico: limpando com economia e ajudando a natureza” foi executado na EBM Alto Rio da Anta, no município de Santa Terezinha, como uma atitude ecologicamente correta, contribuindo com a resolução do problema do descarte do óleo de cozinha por meio da produção de sabão de limão. As estudantes expositoras foram Alessandra Rudnik e Gabriela Kuclher Cieslinski sob coordenação da Professora Suzana Monczevski Costa.

 

 

O projeto surgiu do fato de a escola já produzir, desde 2015, o sabão para consumo próprio e dos estudantes desconhecerem que a escola reutilizava óleo. E, ao descobrirem, surgiu a parceria com a matemática através de pesquisas e cálculos para verificar as vantagens em se produzir esse sabão. A receita se destaca pela qualidade e poder de limpeza do sabão, sua praticidade e economia. Os estudantes consideraram que produzir sabão com óleo reciclado é: rentável, econômico, eficiente e colabora com a preservação do meio ambiente.

 

 

 

MATEMÁTICA POR TRÁS DAS LAVOURAS DE MANDIOQUINHA SALSA

E os estudantes do Primeiro Ano do Ensino Médio da Escola Estadual Básica Professor Tercílio Bastos, em Major Gercino, buscaram um tema para apresentar na 35ª Feira Catarinense de Matemática.

Após um grande período de pesquisas com os agricultores do município de Angelina e Major Gercino, eles decidiram trazer o tema “A matemática por trás das lavouras de mandioquinha salsa”. Por meio desse projeto, objetivaram conscientizar de que a matemática é indispensável e insubstituível no campo, nos dias de hoje. A pesquisa foi realizada pelos estudantes Thiago Rafael Kraus e Thiago Felipe Voitena sob Coordenação da Professora Diana Fuck Amorim.