Preocupação com cadeia produtiva coloca reciclagem de resíduos em alta nas empresas têxteis

 

Por Camila Tibes

Em todo o mundo, cerca de 80 bilhões de peças de roupas novas são comercializadas por ano e o nosso país contribui muito para essa marca, sendo o quarto maior parque têxtil. Quanto maior a produtividade, mais detalhes para ficar atento. A indústria do vestuário é bem ciente dos efeitos que os resíduos sólidos gerados a partir da confecção de peças podem causar ao meio ambiente, por isso, muitas empresas buscam aprimorar ano a ano as iniciativas com o foco na preservação dos recursos naturais e diminuição dos impactos ambientais.

A Brandili Têxtil, uma das maiores indústrias de moda infantil do Brasil, produz anualmente 15 milhões de peças, onde são necessárias cerca de 1,9 mil toneladas de malha, para atender os 12 mil pontos de venda espalhados por 67% das cidades brasileiras. Além da preocupação interna com a reciclagem de resíduos têxteis e preservação do meio ambiente, a empresa, que atualmente conta com cerca de 40 facções parceiras, também repassa essas diretrizes e orientações para as subcontratadas. No último ano, por exemplo, essa produção terceirizada gerou 107,5 toneladas de resíduos, total que foi repassado diretamente para a reciclagem. “Temos ciência de que somos responsáveis pelo resíduo gerado nas nossas operações, sejam estas locais ou externas, próprias ou subcontratadas. Por isso nosso foco é ir além dos portões da Brandili, fazer com que nossos subcontratados também respeitem o meio ambiente e sigam nossos conceitos”, explica o gerente de Sustentabilidade da empresa, Leonir Felipe Soliman Filho.

Desde 2014, a têxtil catarinense foi além dos trabalhos internos de conscientização e gerenciamento de resíduos sólidos, assegurando também a reciclagem dos resíduos têxteis gerados nas subcontratadas, que são responsáveis por uma grande parcela da confecção das quatro marcas da Brandili. Só elas correspondem a um total de 78,5 toneladas de resíduos, uma média de 162,5 quilos por mês. “Não temos como definir um período com maior geração de resíduos de costura pois depende da coleção, tipo de operação de costura, características de cada referência, entre outros pontos, mas conseguimos ter uma média de volumes. Alguns faccionistas enviam o resíduo com maior frequência, outros acumulam até que tenham uma determinada quantidade, otimizando o transporte. O que importa é participação e empenho de todos em um trabalho conjunto que respeita as questões socioambientais”, acrescenta.

Todo esse rejeito é destinado a parceiros licenciados para reciclagem, onde os materiais são desfibrados e utilizados, por exemplo, na fabricação de fio reciclado, mantas, material de isolamento, filtros e material de enchimento. Além das subcontratadas e da unidade administrativa em Blumenau, a Brandili possui parques fabris em Apiúna e Otacílio Costa, contando com mais de mil colaboradores diretos em Santa Catarina.