Prefeitura pode rescindir contrato da empresa responsável pela obra do Terminal Oeste

O projeto original precisou ser alterado e trabalhos como detonação de rochas, implantação de uma galeria pluvial e desvio de um ribeirão que passa pelo terreno não foram previstos inicialmente. Isso aumentou o valor da obra.

Fotos: Soni Robinson Witte

A Secretaria Municipal de Obras (Semob) está trabalhando com a possibilidade de rescindir o contrato com a MJRE, construtora responsável pela construção do Terminal Oeste, no bairro Água Verde, em Blumenau.

A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da prefeitura, quando buscamos uma posição sobre o término da construção. O processo está sob análise da Procuradoria Geral do município, mas caso seja rescindido, a Prefeitura irá abrir novo processo licitatório para terminar a obra parada desde julho com cerca de 68% executada.

A Prefeitura disse que já assegurou uma fonte de recurso por meio de financiamento junto ao Banco do Brasil para arcar com o valor necessário para sua conclusão. Isso porque a construtora pediu uma atualização dos valores para concluir os trabalhos.

O Terminal Urbano Oeste faz parte do Pacote de Mobilidade Urbana de Blumenau, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O projeto original precisou ser alterado e trabalhos como detonação de rochas, implantação de uma galeria pluvial e desvio de um ribeirão que passa pelo terreno não foram previstos inicialmente. As negociações envolvendo desapropriações também acabaram se estendendo.

Para quem passa no local, que fica entre as ruas General Osório e Johann Ohf, tem a sensação de uma obra abandonada. É o que nosso colaborador Soni Robinson Witte ao registrar as imagens na semana passada e mostram o mato crescendo ao redor das estruturas e a áreas internas com várias instalações que seguem a deriva.

Terminal Norte, no bairro Itoupava Central | Foto: SECOM/BNU

O Terminal Norte, no bairro Itoupava Central, cuja ordem de serviço também foi assinada em 9 de agosto de 2017, está funcionando desde dia 7 de novembro deste ano, mas não teve os mesmos problemas. Na época as duas estruturas foram orçadas em R$ 29,8 milhões, mas a atualização de valores e as intervenções inesperadas aumentaram esse valor para R$ 44 milhões.

O prazo de entrega das duas obras de mobilidade urbana pôde ser prorrogado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para 22 de dezembro. O anúncio foi feito pela prefeitura em mais depois de explicar que a pandemia da Covid-19 prejudicou o andamento dos trabalhos e dificultou a chegada de insumos.

Nesse meio tempo já ocorreu uma eleição municipal e agora ainda não se sabe quando os cerca 32% restantes serão concluídos para facilitar o dia a dia de quem mora na região que abrange a região oeste. Fica a dúvida de quanto do que já foi instalado pode ter sido danificado ou furtado.