Por Kamile Bernardes
Manter os pavilhões e áreas externas do Parque Vila Germânica limpos durante os 19 dias da festa mais alemã das Américas, com milhares de visitantes circulando diariamente, é uma tarefa que exige planejamento, trabalho em equipe e, acima de tudo, dedicação. Na 40ª Oktoberfest Blumenau, essa missão ficou novamente sob responsabilidade da Minister Serviços, empresa que atua na limpeza do evento desde 2012.
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Segundo Lucia Goetten, gerente de eventos da Minister, o processo começa bem antes da abertura dos pavilhões. “Tem a equipe do turno diurno, que seria a pré-limpeza e a pós, né? Pós-festa e pré-abertura. E do noturno, mais os finais de semana, que são sextas, sábados e domingos”, explica.
Durante a semana, cerca de 60 pessoas se revezam na limpeza de todos os pavilhões e áreas externas, como o Empório Vila Germânica e a praça de alimentação, que abrem às 11h. À noite, durante o horário de festa, as equipes aumentam — e nos finais de semana o número chega a 120 agentes na parte da manhã e cerca de 160 pessoas durante a tarde, como um reforço para a coleta de lixo. Ao todo, a limpeza do evento mobiliza em média 400 profissionais.
Para dar conta da dimensão da festa, a operação é dividida por setores e funções. Cada grupo tem uma cor de colete diferente, identificando quem cuida dos banheiros, quem limpa as mesas e quem faz a limpeza das pistas. “Quem tá no banheiro não vai limpar a mesa, né? Quem tá na pista também… O bom é ter essa divisão”, comenta Lucia.
Tecnologias utilizadas
A evolução dos processos da limpeza ao longo dos anos também é motivo de orgulho para a Minister. Segundo Lucia, quando a empresa começou a atuar na Oktoberfest Blumenau, em 2012, o cenário era bem diferente.
“A gente não tinha as máquinas, não tinha os pegadores, não tinha o traquejo para eventos. A gente chegava de manhã e era quase até a canela de copos. Hoje, se tu vier aqui às quatro da manhã, três horas encerra o interno, mas nesse horário já não tinha mais nenhum copo no chão”, relembra.
Atualmente, o trabalho conta com o apoio de lavadoras e varredeiras de piso, sugacopos (nomeados pela equipe de Vingador e Gertrudes) e carrinhos elétricos — o que garante mais agilidade e eficiência para a equipe.
A mão de obra
Ainda assim, Lucia ressalta que um dos grandes desafios para a empresa continua sendo a mão de obra: “Mesmo com as máquinas e a tecnologia vindo aí, tu precisa de pessoas, né? De seres humanos”. Ela também observa que a equipe de limpeza é composta, em sua maioria, por trabalhadores mais experientes, com menor adesão de jovens à função.
O processo de contratação dos profissionais da limpeza começa em setembro, em parceria com o Sine. Todos os profissionais atuam com vínculo formal de trabalho e os novos colaboradores passam por um treinamento antes da abertura da festa. Conforme Lucia, o trabalho inicia no dia 1 de outubro, quando eles recebem um manual de instruções e uma série de orientações.
O principal desafio enfrentado pela equipe que trabalha na festa é a limpeza dos banheiros. “Um dos nossos maiores desafios são os banheiros, pelo fluxo intenso, mas a gente consegue manter. Tem horários que é humanamente impossível, mas a gente faz o melhor”, revela Lucia.
Uma função exercida por seres humanos
Mais do que organização, o segredo do bom trabalho está em respeitar o perfil de cada colaborador. “Ele tem que se identificar com o serviço que vai fazer. Tem pessoas que não vão se identificar com limpeza de banheiros, né? Ou pessoas que não têm tanta agilidade para cuidar do lixo, ou para varrer, ou para pegar copos (…). E a gente tem que dar essa liberdade pra eles estarem bem ali. Não adianta eu obrigar alguém que não gosta de limpar banheiro, ficar no banheiro, principalmente em festas, onde N situações acontecem”, destaca a gerente.
Mais do que um trabalho técnico, há também um componente humano que move a equipe. “E eu fico muito feliz, porque eu me identifico muito com a limpeza, apesar de termos a segurança, eu fico mais ao lado da limpeza, porque a segurança tem tantos outros órgãos que estão ali, já a limpeza é ser humano mesmo, né? A gente tem tido uns retornos, uns feedbacks muito bons. Porque você vê realmente que eles estão ali preocupados em deixar arrumadinho”, conta Lucia.
Para ela, o maior orgulho é ver a equipe sempre com um sorriso no rosto: “É ver eles chegarem alegres, sorrindo, ou até mesmo com seus problemas, mas estão aqui e se distraem (…) A limpeza, eu me emociono, né? Porque são tantas pessoas que deixam suas casas, saem de madrugada ou não têm ônibus quando vão (…) E eles vêm no outro dia felizes, sabe? Isso para a gente é muito bom. É que realmente, quando eu falo de limpeza, são pessoas mesmo, que estão ali, que vêm. (…) A gente se torna uma família mesmo, ano após ano. Por mais cansativo que seja, por mais difícil, mas é ano a ano ver o sorriso, a alegria deles estarem aqui” compartilha, emocionada.
O reflexo de um trabalho feito com dedicação
O resultado desse trabalho é percebido pelos visitantes. Na sexta-feira, 17 de outubro, a mineira Paloma Gandra, de Curvelo, visitou a Oktoberfest Blumenau pela primeira vez e ficou impressionada.
“Eu tô impressionada com o tamanho da festa, a organização, a limpeza. Os banheiros estão impecáveis, não tem sujeira nem na festa e nem nos banheiros. Eu tô muito impressionada, mesmo. É muito diferente do que a gente costuma ver, inclusive em Minas”, elogiou.
A visitante Suelen Stradiotto Granzotto, de Balneário Camboriú, também destacou a evolução da festa. “A organização eu acho que a cada ano eles melhoram mais. Questão de banheiro, de logística do chope, da cerveja… Eu acho que são só pontos positivos”, afirmou.
Entre brindes de canecos e danças ao som das bandas típicas, a Oktoberfest Blumenau segue mostrando que limpeza e cuidado também fazem parte da festa — e que, por trás de cada pavilhão brilhando, há centenas de mãos que trabalham com dedicação para que o espírito da celebração continue vivo e limpo, noite após noite.
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