Polícia Federal desencadeia Operação Sangrando em Blumenau e duas cidades gaúchas

Foto: Fabio Gebien
Foto: Fabio Gebien

 

Foi desencadeada na manhã desta quinta-feira (30/08/18), uma força-tarefa integrada pela Polícia Federal e Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda, para reprimir crimes previdenciários. A operação Sangrando foi realizada de forma simultânea nas cidades de Blumenau (SC), Cruz Alta (RS) e Tupanciretã (RS).

As investigações foram iniciadas no ano de 2017 e identificaram um esquema criminoso responsável por concessões irregulares de benefícios de auxílio-doença e aposentadorias por Invalidez. As pessoas que obtiveram vantagem com as fraudes eram atendidas, fora da agenda oficial, por um determinado perito médico previdenciário lotado na agência da Previdência Social de Blumenau. A partir daí, as concessões dos benefícios eram feitas com a inserção de dados falsos no sistema.

 

Foto: Vanessa Maria Sens Reckelberg

 

Muitos desses beneficiários tinham algum tipo de relacionamento. Ao menos, dezesseis pessoas pertencem ao mesmo grupo familiar. A Polícia Federal cumpriu 11 mandados judiciais, sendo 10 de busca e apreensão; além do mandado de prisão temporária do perito médico.

A Justiça Federal ainda determinou o sequestro de todos os bens desse servidor, para garantir a reparação dos danos já causados aos cofres públicos, que hoje somam R$ 3,39 milhões. A Justiça também decretou a suspensão do exercício da função pública do médico envolvido.

A operação contou com a participação de 44 policiais federais e dois servidores da coordenação geral de inteligência previdenciária (COINP) da Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda. Segundo a COINP, a interrupção dos pagamentos dos benefícios previdenciários fraudulentos descobertos no curso da investigação evitará um prejuízo de mais R$ 25,9 milhões. Isso levando-se em consideração o tempo em que as aposentadorias por invalidez seriam pagas, levando em conta a expectativa de vida média da população brasileira.

Os envolvidos foram indiciados pelos crimes de estelionato previdenciário, corrupção ativa e
passiva, inserção de dados falsos no sistema da Previdência e associação criminosa. O nome da Operação é uma conotação ao prejuízo causado aos cofres públicos, que sangram com esse tipo de fraude