O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Gabriel Ulisses, apresentou uma série de medidas voltadas ao fortalecimento da segurança pública, com foco especial em Blumenau. A cidade será contemplada com reforço de pessoal, novos equipamentos, melhorias estruturais e iniciativas para otimizar a atividade policial. As informações a seguir, foram divulgadas durante uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (11/06/25) na sede do 10º Batalhão da Polícia Militar.
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BLUMENAU TEM 14 POLICIAIS CIVIS A MENOS DO QUE O NECESSÁRIO
Um dos pontos abordados foi o histórico déficit de efetivo. Atualmente, Blumenau tem 14 policiais civis a menos do que o necessário, enquanto outras regiões, como Florianópolis, possuem 40 a mais. Para reverter esse quadro, o governo do Estado autorizou a contratação de novos delegados e psicólogos policiais, que estão em fase de formação. Entre as movimentações já definidas, está a transferência do delegado André Gustavo Marafiga Costa, que assumirá a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DEFRIM) em agosto.
Além disso, foi dobrado o número de SETISPS (policiais civis aposentados que retornam para funções administrativas), passando de 120 para 240. Também há um pedido de novo concurso público encaminhado ao governador Jorginho Mello para os cargos de agente e escrivão, agora unificados na função de oficial investigador de polícia.
PROJETO PILOTO EM PARCERIA COM A POLÍCIA CIENTÍFICA
Outra medida em destaque é um projeto piloto em parceria com a Polícia Científica, que prevê a contratação temporária de civis para atuar no atendimento ao público e em tarefas administrativas, como registro de boletins de ocorrência, envio de intimações por WhatsApp e triagem de casos.
Os contratados não terão porte de arma, passarão por um treinamento de cerca de 15 dias e atuarão por períodos de 4 a 8 anos. O objetivo é liberar os policiais para se dedicarem à investigação. Blumenau será uma das primeiras cidades a receber esse modelo.
FUZIS ISRAELENSES IWI ARAD
Na área de estrutura, a cidade recebeu computadores de alto desempenho, viaturas semiblindadas e fuzis israelenses IWI Arad (modelos 5 e 7), que serão entregues individualmente a cada policial da investigação. A Primeira Delegacia de Polícia foi transferida para o prédio da Delegacia Regional, e um projeto de reforma da antiga exatoria estadual está em fase final, com licitação prevista para o início de 2026. A proposta é instalar ali uma nova delegacia, mais próxima da população e com foco na repressão de crimes na área central.
Blumenau também passou a contar com um Departamento de Investigação Criminal (DEIC), que reúne seis delegacias especializadas. A cidade foi a primeira a receber cursos voltados ao enfrentamento de agressores ativos e a treinamentos de operações especiais.
COMBATE AOS CRIMES CIBERNÉTICOS
No campo da tecnologia, a Polícia Civil adquiriu novos softwares que permitem processar informações complexas, como relatórios de sequestros, em poucos segundos — tarefa que antes poderia levar até 12 horas. A diretoria de inteligência conta agora com um setor de análise de movimentação financeira e um Cyberlab.
Este último é um laboratório especializado na investigação e prevenção de crimes cibernéticos, incluindo ameaças e crimes online. Ele monitora atividades na internet, incluindo a Dark Web e a Deep Web. Há planos para instalar novas unidades desse laboratório em Joinville e na região oeste.
Blumenau também sedia desde 2023 uma Delegacia de Estelionatos, voltada ao combate aos crimes virtuais. Já a Delegacia de Defraudações da DEIC (Diretoria Estadual de Investigações Criminais) tem atuado em operações interestaduais, com ações realizadas em mais de 15 estados e foco na prisão de envolvidos e bloqueio de patrimônio de organizações criminosas.
INTEGRAÇÃO DAS CENTRAIS DE EMERGÊNCIA
Ao final da coletiva, Gabriel Ulisses confirmou que Blumenau sediará uma das três centrais macro-regionais de emergência do estado, ao lado de Florianópolis e Lages. A medida integra a estratégia da Secretaria de Estado da Segurança Pública de unificar os atendimentos de 190 (Polícia Militar), 192 (SAMU), 193 (Corpo de Bombeiros) e 181 (Polícia Civil) em apenas três estruturas, uma por DDD.
O modelo segue padrões adotados em países como Estados Unidos (911), Portugal e Israel, e tem como foco ampliar a integração entre as forças de segurança, otimizando recursos e melhorando a resposta à população. Equipes das diferentes corporações atuarão lado a lado, agilizando o atendimento de ocorrências.
Segundo o delegado-geral, o sistema permitirá, por exemplo, que um policial civil presente na central acione imediatamente uma equipe de investigação ao receber um chamado inicial da Polícia Militar. Os critérios para a escolha das cidades-sede consideraram aspectos geográficos, estruturais, densidade populacional e demanda regional.
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