Se você passa a pé ou de bicicleta pela passarela da Ponte do Salto, já parou para pensar no risco de atravessar a 18 metros de altura sobre o Rio Itajaí-Açu, cheio de pedras, em Blumenau? A estrutura balança, o piso metálico está enferrujado e há pontos visivelmente corroídos.
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Não há sinalização nem qualquer tipo de bloqueio — só o som da água lá embaixo e a sensação de instabilidade a cada passo. Essa é a realidade de quem cruza a passarela lateral da Ponte Lauro Müller, mais conhecida como Ponte do Salto, em Blumenau.
Dois anos se passaram desde que a Defesa Civil emitiu um laudo técnico apontando risco crítico de acidentes na estrutura. Mesmo com a gravidade do documento — que cita possibilidade de acidentes graves e comprometimento da vida útil da passarela — nenhuma obra foi realizada. A estrutura continua acessível a qualquer pedestre ou ciclista.
Na última semana, o vereador Diego Nasato (NOVO), autor do requerimento que resultou no laudo, voltou à ponte. Em nova fiscalização pessoal, ele constatou que nada foi feito: o piso segue corroído, o guarda-corpo permanece danificado e o balanço excessivo da estrutura continua evidente.
Com base nisso, Nasato protocolou novo requerimento cobrando ações urgentes da Prefeitura, incluindo a interdição imediata da passarela. Caso a interdição total não seja considerada viável, ele propõe ao menos a aplicação de sinalização e restrições nos trechos mais comprometidos, até que as obras sejam realizadas.

O que diz o laudo da Defesa Civil
O documento, emitido em julho de 2023 pela Secretaria de Defesa Civil de Blumenau, detalha os seguintes problemas, identificados em vistoria realizada em 19 de junho daquele ano:
- Corrosão nas chapas metálicas do piso da passarela, afetando sua estabilidade;
- Danos e deformações nas telas metálicas do guarda-corpo, causados por corrosão e possíveis atos de vandalismo;
- Balanço excessivo da estrutura, que causa insegurança e desconforto aos pedestres e ciclistas;
- Diminuição da espessura da chapa metálica, inclusive nas cantoneiras de sustentação;
- Vegetação na cabeceira da ponte e ausência de manutenção visível;
Classificação como risco crítico, com potencial para causar danos à saúde e segurança das pessoas, perda de funcionalidade da estrutura, aumento de custos de recuperação e comprometimento da vida útil.
A vistoria conclui, de forma enfática, que a recuperação da passarela e do guarda-corpo deve ser feita em caráter emergencial e imediato, e recomenda que os serviços sejam realizados por empresa legalmente habilitada, com acompanhamento técnico e ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).
Mesmo diante desse alerta formalizado à gestão municipal em 2023, a estrutura segue sem intervenção. O vereador lamenta a falta de ação, tanto por parte da gestão anterior quanto da atual, que já está há quase seis meses no comando da Prefeitura.
“É inadmissível o que estamos vendo. A gestão passada ignorou o laudo e nada fez. Agora, a atual também precisa assumir sua responsabilidade. A passarela continua oferecendo risco aos pedestres, e a Prefeitura precisa agir antes que aconteça o pior”, declarou Nasato.
Segundo ele, não se trata de um problema novo ou desconhecido. “A Defesa Civil foi clara: a situação é crítica. Enquanto a burocracia se arrasta, quem paga o preço é o cidadão, que corre risco todos os dias ao utilizar a passarela”, completou.
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