Onze pacientes com Covid-19 já passaram pelo estudo com hidroxicloroquina em Blumenau

 

 

 

 

Na tradicional coletiva para atualizar os dados da Covid-19 em Blumenau na noite desta quinta-feira (23/04/20), estava presente o médico Adrian Paulo Morales Kormann, da Clínica AngioCor. Ele coordena em Blumenau junto com a infectologista Sabrina Sabino, o estudo que o Santo Antônio e outros 80 hospitais brasileiros participam, para avaliar a eficácia e segurança da aplicação da hidroxicloroquina associada a azitromicina em pacientes com o Covid-19.

Kormann explicou que os testes do estudo tem três braços: pacientes leves que não necessitam de oxigenação, pacientes que necessitam de suplementação de oxigênio, e pacientes já intubados que necessitam de ventilação mecânica. Mas não basta querer para participar, primeiro a pessoa precisa passar por uma avaliação, e se ele preencher os critérios, é convidada a participar.

Antes o paciente precisa assinar um documento com todas as normas impostas pelas legislações brasileiras e internacionais em relação a pesquisa médica científica. Passada essa fase, Kormann disse que é feita a randomização para identificar se o paciente irá ao grupo controle, se terá um tratamento de suporte, ou receberá hidroxicloroquina associada a azitromicina e um antibiótico.

O período de internação vai depender da evolução clínica do paciente, mas a média tem sido entre 4 e 7 dias. A maior parte tem recebido alta antes do prazo previsto pelos médicos. Dos 11 pacientes internados que participaram do estudo, três continuam hospitalizados e sete já receberam alta.

Uma nova fase do estudo foi aprovada, relacionada ao atendimento ambulatorial, que será aplicada em pessoas que passam pela Central de Referência para Atendimento aos Casos Suspeitos do Coronavírus localizado no Setor 3 do Parque Vila Germânica. Nesse caso, o medicamento poderá ser aplicado em pacientes com forte suspeita de Covid-19 ou que já esteja confirmado. Um grupo vai receber placebo (sem medicação) e o outro com hidroxicloroquina, por sete dias.

“Essa fase do estudo deve ser iniciada nos próximos dias, estamos apenas aguardando o envio da medicação. O paciente será esclarecido de todas as fases do projeto e acompanhado por contato telefônico. Nós sabemos dos efeitos colaterais da hidroxicloroquina, principalmente os cardíacos, por isso todos serão monitorados de perto”, finalizou o médico.

O prefeito Mário Hildebrandt disse que a estrutura no Setor 3 estará sendo preparada, inclusive com eletrocardiograma se necessitar.

O estudo no Hospital Santo Antônio também conta com a participação da Dra. Karine Gerent, Dr. Leonardo Rodrigues da Silva e Paloma Farina de Lima. Os resultados preliminares, que deverão estar disponíveis dentro de 60 a 90 dias do lançamento, serão essenciais para fornecer o melhor tratamento aos pacientes com a COVID-19 no Brasil.

A coalizão foi iniciada no dia 23 de março pelo Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital do Coração (HCor), Hospital Sírio-Libanês, BP (A Beneficência Portuguesa de São Paulo), Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet), em parceria com o Ministério da Saúde e com apoio da empresa farmacêutica EMS, fabricante da hidroxicloroquina.