O prefeito Mário Hildebrandt, acompanhado do Secretário de Lazer e Turismo, que também é presidente do Parque Vila Germânica, abriu a live sobre a realização da Oktoberfest, apresentando um cenário sobre a Covid-19. Além da média diária móvel de casos que aumentou em julho para 157, a taxa de ocupação dos leitos ativos de UTI COVID está em 80,5%.
O ex-prefeito Dalto dos Reis, estava presente e foi estabelecido um paralelo com 1984, quando a realização da festa também foi questionada em função das enchentes. Entre eventos grandes cancelados no Brasil, foram citados o Rock in Rio e o Lollapalooza, que reúnem grandes nomes da música internacional e nacional.
Para uma avaliação mais precisa, foram monitorados eventos que ocorreram em países da Europa que estão com a vacinação bem adiantada. Na Holanda por exemplo, um evento mostrou que houve 5% de infecção por coronavírus dos que participaram.
“Todos os esforços foram feitos para realizar a Oktoberfest 2021, não só pelo que representa para o Brasil e ser a 2ª do mundo. Isso sem falar sobre a economia que gera ao município. Pensamos em um modelo parecido com a Sommerfest, com as pessoas sentadas. Desde o ano passado temos avaliado uma forma de realizar a festa. Testamos todo o trade do turismo, com sistemas que mediam a temperatura”, destacou Marcelo Greuel.
A decisão foi pela não realização da festa, devido ao momento da pandemia. Também foi informada a data da próxima Oktoberfest, programada para acontecer entre os dias 5 a 23 de 2022.
Comissão de Assessoramento ao Enfrentamento da Covid-19 recomenda cancelamento
A Comissão de Assessoramento ao Enfrentamento da Covid-19, que é formada por especialistas em saúde e participa das tomadas de decisão do município desde sua criação, em março de 2019, se reuniu nesta quinta-feira, dia 22, e recomendou o cancelamento da festa.
Segundo o médico infectologista Dr. Ricardo Freitas, não há condições sanitárias para o evento. “Não há condição alguma para a realização de um evento como a Oktoberfest em outubro deste ano. Os motivos que nos levam a orientar o poder público a tomar essa decisão é o baixo número de pessoas imunizadas com as duas doses da vacina contra o Coronavírus, que está em menos de 20%. Outro fator é que a região ainda registra um alto índice de ocupação de UTI com média de 80%, ou seja, não temos leitos suficientes para um efeito de contaminação pós-Oktoberfest”, afirma.
O especialista, que atua em várias cidades da região, salienta que para a realização de um evento como este, seria importante que cerca de 70% da população estivesse vacinada, o que não deve ocorrer até outubro. Ressalta ainda que é preciso levar em consideração a cobertura vacinal no país e não apenas na cidade, já que um evento como este movimenta várias cidades e setores. Por fim, explica que é importante realizar evento-teste, de menor duração e capacidade reduzida, antes de viabilizar a Oktoberfest.
Impactos do cancelamento
Não ter Oktoberfest Blumenau significa que em 2021 deixarão de circular cerca de R$ 240 milhões na economia local. Ao todo, mais de 60 setores da economia são impactados pelo cancelamento, além dos mais de 6 mil empregos diretos e indiretos, e aproximadamente mil músicos que se apresentam nos pavilhões. Ainda assim, o secretário municipal de Turismo e Lazer e presidente do Parque Vila Germânica, ressalta que as vidas continuam sendo a prioridade da organização.
“Seguramos até onde podíamos, mas os números da pandemia em nível municipal e nacional ainda não nos trazem segurança para eventos grandiosos como a Oktoberfest Blumenau”, fala Greuel.