Nova política habitacional do governo deve ampliar crédito e financiar 80 mil moradias até 2026

Anúncio oficial será feito pelo presidente Lula nesta sexta-feira (10/10), e prevê modernização nas regras do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo para facilitar o acesso ao crédito

O ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, anunciou nesta quinta-feira (9), em São Paulo, que uma nova política habitacional do governo federal deve permitir à Caixa Econômica Federal financiar mais 80 mil novas moradias até 2026. O plano será detalhado nesta sexta-feira (10/10/25) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo informações do governo federal, a proposta inclui uma reforma estrutural no uso da poupança para impulsionar o crédito habitacional. A ideia é modernizar o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), tornando o uso desses recursos mais eficiente e ampliando a oferta de financiamentos imobiliários.

Durante participação no evento Incorpora 2025, que reúne autoridades públicas, incorporadoras, instituições financeiras e especialistas do setor, o ministro destacou que a medida começa a ser aplicada imediatamente.

“A previsão é que só a Caixa possa ter mais 80 mil novos financiamentos até 2026. Vamos começar isso agora”, afirmou Jader Filho.

Alternativa para a classe média

O ministro explicou que a nova política foi construída em parceria com o Ministério da Fazenda, o Banco Central e a Caixa Econômica Federal, com o objetivo de oferecer alternativas de crédito à classe média, especialmente para famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil.

“Temos muitas famílias nessa faixa que hoje não encontram opções de financiamento adequadas. Queremos ampliar isso”, disse o ministro. Em entrevista após o evento, Jader Filho reforçou que existe uma carência significativa de crédito imobiliário para esse público.

“Essas famílias estavam desatendidas. Antes da criação do Minha Casa, Minha Vida da classe média, a situação era ainda pior, porque quem ganhava acima de R$ 9,6 mil não tinha acesso ao programa. O que buscamos agora é permitir que todas as famílias que sonham com a casa própria encontrem uma linha de financiamento que caiba no bolso.”

Impacto no setor imobiliário

Para o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, a iniciativa deve trazer novo fôlego ao mercado. “O que o governo e o Banco Central estão fazendo é uma fórmula inteligente para trazer mais recursos ao setor, num momento em que há queda nos volumes da poupança. Isso vai gerar mais crédito e permitir que mais pessoas consigam financiar seus imóveis”, afirmou a jornalistas.

Ajustes no Minha Casa, Minha Vida

O ministro também informou que o governo estuda ajustes nas três primeiras faixas de renda do programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo ele, a atualização deve incluir mudanças tanto no teto de valor dos imóveis quanto no limite de renda das famílias atendidas.

“Tive uma conversa com o ministro Rui Costa, da Casa Civil, e foi determinado que, em algumas faixas de renda, faremos ajustes no teto dos imóveis. Também estamos estudando, em conjunto com a Abrainc e nossa equipe técnica, a possibilidade de revisar o teto de renda”, explicou.

Com o anúncio oficial previsto para esta sexta-feira (10), em São Paulo, o governo promete dar início a uma nova fase de expansão do crédito habitacional, com foco em tornar o financiamento mais acessível e diversificado, contemplando tanto as famílias de baixa renda quanto aquelas da classe média.