Morre aos 84 anos o empresário Mário Petrelli, fundador do Grupo RIC

Mário José Gonzaga Petrelli

 

 

 

Mário José Gonzaga Petrelli

 

Morreu aos 84 anos em Florianópolis, Mário José Gonzaga Petrelli, após sofrer uma parada cardíaca nesta quarta-feira (22/04/20) no Hospital Baia Sul. Ele foi internado na noite de ontem (21) depois de passar mal e se recuperava de uma cirurgia.

Natural da capital catarinense, o empresário fundou o Grupo RIC, que ano passado virou Grupo ND em Santa Catarina, do qual era presidente emérito. Petrelli dedicou 45 anos na área da comunicação e deixa quatro filhos.

Por conta do falecimento, o Governo do Estado de Santa Catarina decretará luto oficial por três dias. A administração estadual reforça seu sentimento de pesar e envia suas condolências à família.

Trajetória

Mário José Gonzaga Petrelli, começou sua carreira como executivo de seguros. Em 1975 entrou para o setor de comunicação adquirindo duas rádios, em Curitiba e em Joinville. Desde então, os negócios evoluíram constantemente no Paraná e Santa Catarina, e o Grupo RIC se tornou o que é hoje: o segundo maior grupo de comunicação regional do Sul do Brasil.

Após a entrada nas rádios Petrelli voltou-se principalmente à televisão. A primeira oportunidade surgiu Santa Catarina, com uma concessão obtida em Chapecó – a TV Cultura, retransmissora da Tupi, em 1976.

O sinal entrou no ar em 1982, com o SBT, já que a Tupi saíra do ar enquanto a Cultura estava sendo estruturada. Petrelli começava seu projeto televisivo reforçando a filosofia de promover a divulgação de informação regional – o grande carro-chefe do Grupo RIC.

Não demorou para aparecer outra boa oportunidade no estado, que tinha na época três televisões: Globo (TV Coligadas, em Blumenau), Tupi (TV Cultura, de Florianópolis) e Bandeirantes (TV Eldorado, em Criciúma).

Os sócios da Coligadas se desentenderam; Petrelli uniu um time de sócios e comprou a televisão. Entre eles estava João Saad, fundador do grupo Bandeirantes. A negociação incluiu ainda o Jornal de Santa Catarina, do mesmo grupo da Coligadas. A rádio Diário da Manhã, de Florianópolis, logo seria agregada às empresas de comunicação de Petrelli.

O bloco catarinense seria ampliado com a concessão da TV Barriga Verde (Bandeirantes), em Florianópolis, além de participações na TV Planalto em Lages. Estava montado o Sistema Catarinense de Comunicação.

No meio dessa grande estruturação empresarial, o governo cassou a Tupi, que saiu do ar no Brasil inteiro. As televisões de Petrelli tinham na época cerca de 400 funcionários. As transmissões foram garantidas com produção local e interna por longos e custosos oito meses. O baque financeiro foi grande.

Nacionalmente, o fim da Tupi abriu espaço para o surgimento do SBT (1981) e da Manchete (1983). Com a concessão obtida seis anos antes, a TV Chapecó entrou no ar em 1982, retransmitindo o recém-criado SBT.

Petrelli investiu cerca de um milhão de dólares (valores da época) em moderníssimos equipamentos comprados nos Estados Unidos. Convidado para a festa de inauguração, o amigo e concorrente Nelson Sirotski (do grupo RBS) se espantou com a modernidade da nova estação do interior, conta Mário: “Ele me chamou de maluco”.

Com dados da RICMAIS