Medidor de glicose desenvolvido em SC não precisa de amostra de sangue e funciona com celular

Foto: Sara Lins/Udesc

 

 

Foto: Sara Lins/Udesc

 

Para medir o nível de glicose no sangue, fica difícil imaginar não usar tirar as informações do líquido precioso. Esse tipo de procedimento é muito comum para quem sofre com a diabetes. Mas tem novidade sendo desenvolvida em Santa Catarina pelo grupo de pesquisa em Engenharia Biomédica da Udesc em Joinville.

A equipe trabalha no desenvolvimento de um sensor eletrônico para medição da glicose, sem a necessidade de amostragens de sangue. Segundo o professor responsável, Pedro Bertemes Filho, o processo é completamente não invasivo, de baixo custo, para que qualquer pessoa possa monitorar a própria glicose quando necessário. O sensor não possui fios e funciona conectado a um celular do tipo smartphone.

“O telefone vai ser usado como veículo para levar a informação de um sensor elétrico acoplado à pele e de um sensor óptico. Os dois sensores vão medir a resposta da intensidade da luz e intensidade elétrica, e passar essas informações para um dispositivo dentro de um relógio que se comunica com o celular. O aparelho vai ter um aplicativo fazendo o processamento dessas respostas. O paciente vai ver no celular dele a taxa de glicose no momento que desejar”, explica Bertemes.

Já existe um sensor de luz que realiza o processo nos Estados Unidos, mas de maneira muito rudimentar e com 67% de erro. A ideia do professor de Joinville foi incluir um sensor elétrico para combinar as duas respostas, usando um algoritmo de computação que possa ser transmitido via rede. A proposta levou o grupo a alcançar até 92% de acerto.

A pesquisa envolve estudantes de doutorado e pós-doutorado, e tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). O projeto está na primeira fase, chamada “pré-clínica”, onde os primeiros testes serão feitos com 50 pessoas saudáveis. Posteriormente, serão realizados testes com diabéticos.

O Grupo de Pesquisa em Engenharia Biomédica também desenvolve biossensores para medir a poluição de rios em tempo real e detectar câncer de pele, além de sistemas de tomografia de impedância elétrica.