Mau uso dos agrotóxicos pode colaborar na mortandade das abelhas em SC

 

 

 

 

A Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural orienta os produtores rurais sobre o uso correto de agrotóxicos para evitar a mortandade de abelhas. A partir de setembro, com o plantio para a próxima safra e a floração, é necessário intensificar os cuidados para que não haja danos aos polinizadores.

A aplicação de agrotóxicos de forma inadequada, fora da época recomendada e o uso de produtos não autorizados para as culturas são proibidos por lei. Essas irregularidades podem ocasionar graves danos às abelhas e demais polinizadores, aumentam o custo de produção, uma vez que a eficiência técnica dos mesmos não é alcançada e aumentam também os riscos à saúde dos trabalhadores que manipulam e aplicam os agrotóxicos.

O gestor da Divisão de Fiscalização de Insumos Agrícolas da Cidasc, Matheus Mazon Fraga, explica que o cuidado no uso de manuseio de agrotóxicos é fundamental para evitar acidentes e mortandade de abelhas e a prevenção é o caminho mais eficiente. “Santa Catarina é um grande produtor de mel e as abelhas são fundamentais para polinização de diversas culturas, como, por exemplo, a maçã. Os apicultores e agricultores devem construir uma relação de troca de informações para evitar acidentes”.

Todos os acidentes com mortandade de abelhas em Santa Catarina são investigados e, quando comprovado mau uso de agrotóxicos e podendo identificar um responsável, as medidas administrativas são tomadas.

Cuidados importantes na aplicação de agrotóxicos

  • Sempre seguir as recomendações dos responsáveis técnicos e as informações constantes na Receita Agronômica e nos rótulos dos produtos;
  • Quando houver aplicação de agrotóxicos, informe os apicultores que vivem em um raio de 5km da sua propriedade;
    Fazer as pulverizações em períodos com pouca visitação de abelhas, de preferência aos finais da tarde, visto que o período de maior visitação das abelhas nas flores normalmente é no período da manhã;
  • Evitar aplicar agrotóxicos nos períodos de floradas das culturas e das plantas de cobertura do solo, período em que a visitação por polinizadores é intensa;
  • Seguir as regras e recomendações técnicas para a realização de misturas de produtos durante a dessecação das culturas, evitando o uso de inseticidas e nunca usar produtos que não tenham esse tipo de recomendação;
  • Aplicar agrotóxicos com os equipamentos e as condições climáticas adequadas diminuindo o risco da deriva dos produtos, para que não sejam levados pelo vento;
  • Observar sempre as distâncias de segurança entre as áreas de aplicação e as colmeias, o correto uso dos bicos de pulverização, a regulagem dos pulverizadores quanto a vazão e pressão de trabalho, a umidade do ar, a temperatura, e especialmente a velocidade e direção do vento.

Utilização racional de agrotóxicos

Entre as ações que podem ser tomadas para o uso racional de agrotóxicos estão as técnicas de rotação de culturas e controle biológico, além do Manejo Integrado de Pragas (MIP), que consiste no monitoramento das populações de insetos, doenças ou plantas daninhas e na utilização de diversos métodos e medidas de manejo que visam manter as pragas sempre abaixo do nível em que podem causar danos às lavouras. Os agricultores interessados nessas práticas devem procurar um engenheiro agrônomo.

É importante lembrar que a aplicação de defensivos agrícolas, químicos ou biológicos, deve seguir as instruções do receituário agronômico e do profissional habilitado. Os produtores devem observar também as recomendações específicas sobre as condições climáticas contidas no rótulo e bula dos agrotóxicos.

 

Foto: Aires Mariga / Epagri

 

Apicultura em SC

A apicultura está presente em cerca de 17 mil estabelecimentos agropecuários e em 98% dos municípios de Santa Catarina. Na safra 2019/20, o estado produziu 7,5 mil toneladas de mel, volume acima da média estadual, que é de 6,5 mil toneladas.

De acordo com levantamento feito pela Epagri e Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (Faasc), em 2019 aproximadamente 6 mil famílias rurais de Santa Catarina tinham na meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) uma fonte de renda complementar.

Fonte: Governo de SC