Marcos Schroeder fala sobre os desafios e planos para o Instituto Histórico de Blumenau

Foto de arquivo: Claus Jensen

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Fotos e entrevista: Claus Jensen

No último dia 23 de novembro, a diretoria do Instituto Histórico de Blumenau (IHB), reuniu-se para definir algumas prioridades. Entre os assuntos, mudanças no estatuto interno e a nova diretoria, onde a grande maioria fez parte do anterior.

O empresário Marcos Schroeder continua a frente da entidade, prova de que tem realizado um bom trabalho frente ao IHB.  Conversamos um pouco sobre os desafios e soluções que poderiam trazer bons resultados à entidade.

 

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OBlumenauense: Quais são os maiores desafios frente a uma entidade que busca preservar nosso patrimônio histórico?

Marcos Schroeder: Posso citar, por exemplo, a falta de apoio do poder público, seja no âmbito municipal, estadual ou nacional.  Em Blumenau o problema se revela por uma legislação – apesar das melhorias implantadas nos últimos anos – deficiente para proteção e amparo dos bens imóveis tombados. Há também falhas na formatação dos conselhos, como o COPE, que tratam do patrimônio cultural edificado.

Por outro lado, também percebo que os proprietários desconhecem os benefícios existentes que poderiam contribuir nos custos de manutenção dos seus imóveis. Temos uma preocupação específica com as casas enxaimel, que estão em extinção. É preciso – e de maneira urgente – criar uma legislação própria para proteger as que restaram!

Como só valorizamos o que conhecemos, é preciso fortalecer na educação formal das escolas, o conhecimento da nossa história e cultura. Só assim valorizaremos mais nosso patrimônio, cujo reflexo se dá inclusive no turismo, pois os turistas virão para Blumenau conhecer as casas  enxaimel, os costumes, idioma, culinária, etc.

OBlumenauense: De que forma o poder público poderia ser mais parceiro do IHB?

Marcos Schroeder: Como expresso na carta aos candidatos à prefeito, acreditamos que os recursos disponibilizados para a Fundação Cultural, Museus e Arquivo Histórico são insuficientes para preservar, proteger, divulgar e garantir a perpetuidade do seu acervo, por isso é necessário elevar os recursos financeiros e humanos.

Há alguns anos atrás, nós ajudamos a reabrir o Museu Fritz Müller através de parcerias com diversas entidades públicas e privadas. Como não houve continuidade, o museu deixou de abrir recentemente de forma regular.  Solicitamos também, entre outras questões, a reformulação no COPE, encontrar solução para a Ponte do Badenfurt, Casa Gropp (ou Vianna), Casa Jensen, Escola Nº 1, apoiar o registro de indicação geográfico para o Kochkäse, Linguiça Blumenau, Cristal e o registro como Bem Imaterial da Festa de Tiro, etc.

OBlumenauense: Quais são as ações que vocês já planejaram para 2017?

Marcos Schroeder: Um dos pontos mais importantes para 2017 serão as atividades que lembrarão os 120 anos de falecimento de Fritz Müller! Temos muitas ideias que serão programadas e executadas em conjunto com outros órgãos da cidade. O próprio IHB também irá comemorar seus 10 anos de existência, portanto temos muitas atividades em vista.

Continuaremos a participar do COPE, CONCIBLU e da Associação de Amigos da Casa Fritz Müller. Manteremos nossas parcerias com a Fundação Cultural, SEPLAN, FAEMA, FURB, Ministério Público Estadual e SINDILOJAS. Estamos em fase de viabilização do Livro Kollonie Blumenau, composto de 2 tomos, cada um com mais de 380 páginas, ricamente ilustrado com 628 fotos, 173 desenhos, 46 pinturas, 6 mapas e 115 litografias! É uma obra única e extraordinária.

OBlumenauense: Como as pessoas podem fazer para participar do IHB?

Marcos Schroeder: Os interessados podem enviar um e-mail para ihb_secretaria@hotmail.com. Precisamos de mais voluntários para concretizar diversos projetos. Nossas reuniões são mensais e as pessoas podem ajudar de muitas maneiras!