Inmetro cria orientações para uso de termômetro infravermelho

 

 

 

 

Por Janary Bastos Damacena

Galileu Galilei foi um pensador e estudioso fundamental para o conceito de cientista como conhecemos atualmente. Nascido na Itália em 1564, foi um matemático, físico e astrônomo renomado e criador de diversos instrumentos que ainda hoje auxiliam nossa vida. Um desses equipamentos é o termômetro, que está colaborando para a prevenção ao coronavírus, facilitando que a temperatura da população seja medida para se averiguar se há febre ou não.

Isso ocorre porque um dos principais sintomas do novo coronavírus é o aumento da temperatura corporal. “Quando nós temos infecções virais agudas, um dos grandes elementos que as caracterizam é a febre”, explicou o infectologista do Laboratório Exame e diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David Urbaez.

O fato é que a evolução do termômetro fez com que o equipamento identificasse, por meio de sensores a temperatura, sem a necessidade de encostar no corpo de uma pessoa. Desta forma, o aparelho passou a ser amplamente usado em locais onde a circulação é maior como supermercados, feiras, fábricas, hospitais e rodovias.

Como forma de apoiar a sociedade no combate à pandemia, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) elaborou um guia com orientações sobre a melhor forma de usar os termômetros infravermelhos para medições da temperatura humana. “O objetivo foi elaborar instruções gerais de como os termômetros clínicos de infravermelho devem ser utilizados, pois eles têm resultados confiáveis desde que usados corretamente e seguindo a instrução do manual”, explicou o chefe do Setor de Medição de Grandezas do Inmetro, Flávio Santana.

Apesar dos procedimentos de uso serem específicos para cada modelo, a equipe do Inmet consolidou um documento que apresenta as instruções e recomendações a todos os aparelhos, de acordo com testes individuais. “Com amostras de cada aparelho, conseguidas através das importadoras que comercializam os termômetros, podemos testar cada um deles”, explica Flávio Santana.

E, na outra ponta dessa história, temos diversos profissionais de saúde e segurança que estão utilizando com frequência esse aparelho, para verificar a temperatura da população. Um desses exemplos é o major Johm do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal que, durante a pandemia, atua na Seção de Operações de Combate ao Coronavírus, e chefia as equipes que realizam o monitoramento da população em locais de maior concentração de pessoas, como feiras e postos de testagem para a doença. O militar acredita que esse equipamento tem ajudado a combater a Covid-19 sem colocar as equipes em risco.

O major Johm conta que no Distrito Federal as equipes têm atuado com uma câmera térmica configurada para verificar uma diferença entre a temperatura normal do corpo humano e a temperatura febril “para quando você apontar a câmera, aparecer uma coloração diferenciada para uma pessoa que apresentar uma temperatura mais elevada”, contextualiza. E, se caso seja verificado com essa câmera que alguma pessoa está apresentando esse desvio de temperatura, “a equipe se aproxima com o termômetro infravermelho para aferir a temperatura. Caso esteja com febre a pessoa é encaminhada para os cuidados médicos”, finaliza.

Algumas das orientações do documento elaborado pelo Inmetro são a leitura completa do manual que vem com o aparelho, a limpeza e conservação de cada equipamento, a distância correta para uso do termômetro, entre outros. Mas vale ressaltar que estes instrumentos, diferentemente dos termômetros digitais e de vidros, não são regulamentados pelo Inmetro, pois não existe um controle metrológico para avaliação de modelo e verificações iniciais. Seu registro se dá apenas no âmbito da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O guia completo de orientações para melhor utilização dos termômetro infravermelho pode ser acessado pelo site.

 

DICAS PARA O TERMÔMETRO INFRAVERMELHO

1. Use um cotonete macio e álcool para limpar a lente ou sensor com cuidado, se necessário. Evite arranhar a lente ou o sensor.

2. As medições ser realizadas nas condições ambientes (temperatura e umidade) especificadas pelo fabricante, deve-se também aguardar alguns minutos para que o indivíduo possa repousar, caso tenha feito algum esforço físico.

3. Possíveis erros na leitura podem estar relacionados à atividade física e ingestão de bebidas e comidas. Dessa forma, a recomendação é não comer ou beber durante a medição ou minutos antes.

4. Veja no manual de instruções qual deve ser a distância entre a lente ou sensor do instrumento e a superfície a ser medida. Esse cuidado é muito importante, pois distâncias maiores ocasionarão leituras menores, podendo uma pessoa febril não ser diagnosticada como tal.

5. Se a leitura for considerada insatisfatória, opte por usar um termômetro de contato com modelo aprovado pelo Inmetro para assegurar o resultado da temperatura do individuo.

6. Há modelos que possuem recurso de selecionar a unidade de medida, graus Celsius (°C) ou graus Fahrenheit (°F). Deve-se selecionar a unidade de medida °C.

Fonte: Inmetro