Hospital de Blumenau registra aumento nos casos de influenza nas últimas semanas

Segundo especialista, a variante Darwin, responsável pelo surto atual desta gripe, não está contemplada na composição da vacina de 2021, o que implica em maior risco. Confira os sintomas e como se prevenir. 

O vírus influenza H3N2 chegou a Blumenau depois do surto iniciado no Rio de Janeiro e que já se espalhou por diversas regiões do Brasil. De acordo com o pneumologista, diretor técnico do Hospital Dia do Pulmão, Mauro Kreibich, a unidade de saúde vem detectando o aumento dos casos há cerca de duas semanas e a Vigilância Epidemiológica já foi notificada.

O vírus, que é responsável pela gripe, fez vítimas em um período anormal, em plena primavera do hemisfério sul. Kreibich explica que um dos motivos para isso foi a baixa adesão da população à vacina antigripal. Dados da Universidade de São Paulo (USP), apontam que das 80 milhões de doses, apenas 40 milhões foram aplicadas.

“Este ano a população reduziu a vacinação antigripal, entre outras vacinas que continuam sendo imprescindíveis, e tem diminuído os cuidados gerais, o que certamente contribui para a circulação e disseminação das viroses, principalmente as respiratórias”, destaca Kreibich. Ele faz, ainda, um importante alerta contra os movimentos antivacina. “Quando analisamos as maiores contribuições sanitárias à humanidade, somente a adoção de água potável é superior ao que as vacinas fazem na prevenção de doenças e mortes!”

Quem tomou a vacina da gripe está protegido?

Kreibich explica que, em princípio, quem tomou a vacina quadrivalente, disponível na rede privada, estaria protegido. No entanto, o médico lembra que os anticorpos específicos, desencadeados pela vacina da gripe, têm duração média de seis meses, por isso neste momento estão todos mais suscetíveis.

A variante Darwin, responsável pelo surto atual da Influenza, não está contemplada na composição da vacina de 2021, o que implica em maior risco. O médico explica que os extremos das faixas etárias, crianças e idosos, têm maior suscetibilidade, além dos pacientes com doenças crônicas (morbidades).

Sintomas da H3N2

O quadro clínico mais característico, conforme explica Kreibich, é representado pela coriza, irritação de garganta, cefaleia, febre e dores musculares. “Apresentações de sintomas parciais confundem com outras viroses, incluindo a Covid-19”, destaca o médico.

Como se prevenir

Kreibich é enfático ao alertar sobre os cuidados necessários. “As aglomerações e ambientes fechados devem ser evitados. Além disso, é necessário manter a carteira de vacinas atualizada e adotar os hábitos de higiene pessoal já amplamente divulgados, como o uso de máscara de proteção, higiene da tosse e das mãos”.