Hospitais da rede pública relatam dificuldades na mobilidade das equipes e dos médicos

Foto: Bruna José Raimundo | Hospital Santo Antônio
Foto: Bruna José Raimundo | Hospital Santo Antônio

 

Na manhã desta terça-feira (29/05/18), foi realizada uma coletiva de imprensa com representantes de dois hospitais que atendem pelo SUS em Blumenau. A Dra. Marianne Ramos de Lima e Silva, Diretora Técnica do Hospital Santa Isabel, disse que hoje as duas unidades garantem atendimento de urgência e emergência.

Mas enfrentam o problema da mobilidade de duas formas. Com a redução dos horários no transporte coletivo, os funcionários acabam tendo dificuldades de chegar no trabalho. Os médicos, que podem ser chamados até de madrugada para alguma emergência, não estão dentro da cota de saúde na distribuição de combustível. No entanto boa parte trabalha em vários locais, e com a falta de gasolina, nem táxi dá para pedir.

“Também precisamos de combustível para as trocas de plantão. Funcionárias das equipes de limpeza do Santa Isabel chegam a pernoitar no hospital. Para garantir os insumos (medicamentos e demais produtos hospitalares), estamos buscando de outros estados“, comenta a Dra. Marianne. Uma médica chegou a ficar 36 horas no hospital, porque o substituto não conseguia chegar.

 

Foto: Letícia Venera | Hospital Santa Isabel

 

O Diretor Técnico do Hospital Santo Antônio, Chafic Kallas, pede parceria da comunidade, procurando os postos de saúde e ambulatórios gerais antes de ir aos hospitais. Mas também da administração municipal mantendo essas unidades abertas.

“Com o problema do transporte coletivo, só é possível manter 40% das equipes, o que impacta nos serviços de urgência, emergência, UTIs, obstetrícia, etc… Um hospital não é feito só de insumos. É feito de pessoas, fundamentais para o atendimento de uma instituição. As salas de emergência dos hospitais Santo Antônio e Santa Isabel estão cheias, por isso nós pedimos que a prefeitura mantenha os AGs abertos durante esse feriadão, dentro das possibilidades”, disse Kallas. Isso garante pelo menos o atendimento básico, sem sobrecarregar os hospitais, e não prejudica os atendimentos de urgência e emergência.

“Estamos dando o nosso melhor, consumindo todos os recursos possíveis, para manter o atendimento. Nosso temor é que isso tenha um limite. Nós não paramos nos feriados, nem madrugada ou sábados e domingos”, finaliza Kallas.

 

Confira as informações na íntegra: