Heróis de quatro patas: projeto incentiva doação de sangue entre cães e gatos em Blumenau

Iniciativa mostra que pets saudáveis também podem salvar vidas, com acompanhamento veterinário e foco em práticas seguras e regulamentadas.

Foto: divulgação

A carência de bancos de sangue veterinários no Brasil tem levado algumas pessoas a recorrerem a coletas clandestinas, feitas sem supervisão médica e, muitas vezes, com fins lucrativos. Em meio a essa realidade, o Laboratório Vetex, de Blumenau, decidiu agir de forma diferente: criou o Projeto Pet Doador, uma iniciativa que transforma cães e gatos saudáveis em verdadeiros heróis, ajudando outros animais a viverem.

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O programa promove a doação responsável de sangue, com acompanhamento veterinário em todas as etapas — do preparo à recuperação do pet. A equipe do projeto orienta os tutores sobre o processo e garante que tudo aconteça com segurança e conforto. “Cada doador é um herói. Eles ajudam a salvar vidas sem qualquer prejuízo”, afirma a médica veterinária Pauline Machado, responsável pelo projeto.

Pauline explica que doar sangue é também um ato de gratidão. “Há pets que têm boa saúde, mas não têm boa vida, e outros com boa vida, mas sem saúde. Então, aqueles que têm as duas coisas podem doar em agradecimento à sua boa sorte”, diz. Ela conta que seu próprio gato, de tipo sanguíneo raro, já salvou vidas em Curitiba, no Rio Grande do Sul e em São Paulo.

Foto: divulgação

Para ser doador, o cão deve ter entre 1 e 8 anos e pesar acima de 25 kg; já os gatos precisam ter pelo menos 4 kg. Todos os exames necessários são feitos pela equipe médica, que acompanha o processo de forma ética e transparente.

Mesmo com ações como essa, o problema ainda é grande. O médico veterinário e diretor do laboratório, Douglas Sommer, lembra que a demanda por bolsas de sangue é muito maior que a oferta. Ele destaca que a ausência de uma regulamentação específica na medicina veterinária abre espaço para práticas ilegais, como a venda de sangue e a criação de animais apenas para coleta. “É urgente estabelecer regras claras para proibir essas práticas e regulamentar oficialmente os bancos de sangue veterinários, protegendo doadores, receptores e profissionais”, reforça.

Segundo a empresa, os valores cobrados correspondem apenas aos custos da produção da bolsa — materiais, exames e honorários —, sem gerar lucro.   “Mais do que atender à demanda, queremos conscientizar a população e a classe veterinária sobre a importância da doação regulamentada. Só assim garantiremos que esses heróis de quatro patas continuem salvando vidas”, completa Sommer.


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