FECAM e entidades assinam manifesto pelo uso obrigatório das máscaras nas escolas

"Apesar da ansiedade da população em abandonar essa medida sanitária preventiva, há coberturas vacinais insuficientes para que o registro de casos de covid-19 não volte a aumentar rapidamente", diz o texto.

A FECAM junto com as entidades que compõem o Centro de Operações em Emergência em Saúde assina manifesto pelo uso obrigatório de máscaras nas escolas. O documento apresenta o posicionamento de manter uso de máscaras enquanto não houver cobertura vacinal suficiente nas crianças e adolescentes.

Manifesto Técnico de entidades participantes do COES e outras instituições relacionadas com decreto governamental que desobriga o uso de máscaras em escolas.

As entidades que compõem o Centro de Operações em Emergência em Saúde vêm manifestar o posicionamento dos membros no sentido da MANUTENÇÃO da obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços públicos, sobretudo em escolas. Apesar da ansiedade da população em abandonar essa medida sanitária preventiva, há coberturas vacinais insuficientes para que o registro de casos de covid-19 não volte a aumentar rapidamente.

Ainda não se sabe o impacto que o carnaval pode ter gerado na transmissão de casos, a cobertura vacinal entre as crianças ainda é baixa em primeira dose, e poucas delas já tem o esquema completo, além da percebida resistência de diversos pais em vacinar seus filhos, em decorrência de desinformação científica e posicionamentos negacionistas de parte da sociedade. Importante considerar que o decreto de emergência permanece em vigor e o Decreto Estadual nº 1.769/2022 é incoerente com o risco sanitário apontado pelo Mapa de Risco atualizado em 26/02/2022.

Cabe ressaltar que normativas e orientações contraditórias dificultam o entendimento e prática de vigilância pelos profissionais e clareza da sociedade sobre a real situação da pandemia. Por conta disso, os membros do COES manifestaram-se na última reunião (02/03/2022 pela manhã) no sentido de que a obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços públicos, principalmente nas escolas devesse ser mantida.

Portanto, considerando o aumento de 1.209%, de casos de Covid-19 confirmados e de 1.433% de internações em leitos de UTI em crianças de 0 a 11 anos nos últimos dois meses e ponderando sobre a insegurança do trajeto epidemiológico nas próximas semanas, pede-se que haja maior transparências entre as decisões de gestão e os fóruns de debates criados com finalidade técnica.

Essas decisões impactam diretamente na organização do trabalho e na vida das pessoas, restando às pessoas e entidades responsáveis pela saúde dos catarinenses o manejo de tal contrariedade.

Florianópolis/SC, 04 de março de 2022