Estudos na FURB avaliam propriedades antidepressivas e e antioxidantes do ácido paracumárico

Os pesquisadores utilizaram camundongos para verificar em quais receptores do cérebro a substância atua.

Foto: FURB / divulgação

Desde 2016, uma pesquisa na Universidade Regional de Blumenau (FURB) avaliam as ações antidepressivas e antioxidantes do ácido paracumárico. Os estudos tratam do envolvimento dos sistemas de serotonina, dopamina e noradrenalina no efeito antidepressivo do ácido paracumárico e revelaram que o ácido tem um efeito antidepressivo em modelo animal.

Os pesquisadores procuraram verificar em quais receptores do cérebro de camundongos a substância atua. O estudo foi fruto da tese de doutorado da professora Sara Cristiane Baraúna, do Departamento de Ciências da Saúde.

Mas como é desenvolvido com camundongos, ainda passa por avaliação da Comissão de Ética no Uso de Animais da FURB, assim como acontece em todas as universidades que realizam atividades com animais.

A comissão é composta por médicos veterinários, biólogos e representantes das sociedades protetoras dos animais, que estabelecem critérios para a criação e uso desses animais para preservá-los de maus tratos e atos cruéis.

Pesquisa sobre o antidepressivo

A depressão é classificada pela Organização Mundial da Saúde como a doença do século XXI, sendo capaz de se manifestar em qualquer pessoa de forma silenciosa. O relatório de 2017, da OMS aponta que 322 milhões de pessoas sofrem com a depressão. No Brasil os números chegaram a 11,5 milhões. Segundo este mesmo documento, até 2030 a depressão será a doença mais conhecida do mundo.

Conforme explicou a pesquisadora, muitos casos de depressão estão associados com o estresse oxidativo nas células e com a produção de radicais livres, então o estudo procurou gerar um modelo para testar a ação do ácido paracumárico. “Por meio da indução de um estresse oxidativo no animal, usando a administração de corticóides, o ácido paracumárico mostrou tanto um efeito antidepressivo, quanto um efeito antioxidante bem marcante” relata a pesquisadora.

Após a indução do estresse oxidativo, ao ativar um determinado receptor do cérebro, conforme explica a bolsista da pesquisa, Sarah Gabriela Roedel, foi possível verificar se o ácido paracumárico surtia efeito ou não, através de testes comportamentais nos camundongos.

Em paralelo a pesquisa sobre a ação do ácido paracumárico no cérebro dos animais foi realizado um estudo modelo no qual os pesquisadores trabalharam com indução de diabetes tipo 1 e 2 em ratos e utilizam o ácido paracumárico para testar seu efeito em relação à proteção das células do pâncreas e da atividade hipoglicemiante.

Atualmente, a professora Sara Baraúna tem outras pesquisas sendo planejadas para estudar as propriedades e efeitos do ácido paracumárico, além das ações antioxidantes e antidepressivas que já foram comprovadas pelas pesquisas anteriores.

A reportagem da FURB TV conversou com a pesquisadora e a bolsista e visitou o laboratório onde os estudos são realizados.

Fonte: FURB