EPICOVID19: a pesquisa sobre o novo coronavírus que acontece em 133 cidades do Brasil

 

 

 

 

Na transmissão online sobre a atualização da Covid-19 em Blumenau no dia 14 de maio, o prefeito Mário Hildebrandt disse que tomou conhecimento de uma pesquisa que a prefeitura não teria sido informada. Segundo as informações recebidas pelo prefeito, as pessoas se apresentavam como agentes de Saúde, ofereciam aos moradores  um teste rápido, que em troca respondiam uma pesquisa.

O fato veio a tona depois de questionamentos através de redes sociais e pelo WhatsApp de Hildebrandt. Ainda de acordo com o prefeito, foi tentado contato com a Ibope Inteligência, Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Ministério da Saúde, mas não obtiveram retorno.

Na tarde deste domingo (17/05/20), OBlumenauense recebeu um e-mail que esclarece a pesquisa EPICOVID19-BR. Nos sites do IBOPE Inteligência e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) também há notas explicando o projeto financiado pelo Ministério da Saúde que começou naquela quinta-feira (14) e segue até terça (19).

Segundo o texto, ficou a cargo do Ministério entrar em contato com os 133 municípios escolhidos para participar da pesquisa, o que teria ocorrido por meio de ofício na semana passada.  Mas em cerca de 30 cidades, os entrevistadores estariam de braços cruzados esperando a autorização dos gestores municipais.

Nas situações mais graves, os entrevistadores do IBOPE Inteligência teriam sido detidos pela polícia, sendo tratados como criminosos. A pesquisa sobre o novo Coronavírus em todo o Brasil foi chamada ‘Evolução da prevalência de infecção por Covid-19 no Brasil: Estudo de Base Populacional’.

São 2 mil pesquisadores que pretendem visitar 99.750 casas para realizar testes rápidos colhendo uma gota de sangue e entrevistando os moradores. O resultado é fornecido ao entrevistado em no máximo 20 minutos, e no caso de resultado positivo, todos os demais moradores do domicílio seriam testados.

A pesquisa é coordenada pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPel, que há cerca de 40 anos realiza estudos populacionais em Pelotas, no Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo.

 

Nota Oficial da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

A administração da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) vem a público prestar necessários esclarecimentos sobre a pesquisa EPICOVID19-BR, o maior estudo populacional sobre o coronavírus no Brasil. O estudo é coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPel, que há cerca de 40 anos realiza estudos populacionais em Pelotas, no Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo. O EPICOVID19-RS é financiado e apoiado pelo Ministério da Saúde, como consequência da experiência exitosa do EPICOVID19-RS, que já testou 13.189 gaúchos, de nove cidades, com total sucesso.

O projeto EPICOVID19-RS foi submetido à apreciação ética da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), tendo sido aprovado no dia 28 de abril (CAFE 30721520.7.1001.5313). Para a coleta de dados, foi contratado, via processo seletivo, o IBOPE Inteligência, empresa com larga experiência em pesquisas. Todos os requisitos éticos e de segurança são seguidos, incluindo o uso de equipamentos de proteção individual, a inclusão apenas de entrevistadores com teste negativo para coronavírus e protocolos para o descarte dos materiais, conforme pactuado com o Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde responsabilizou-se por contatar os 133 municípios participantes da pesquisa, o que ocorreu por meio de ofício durante essa semana. Além disso, o estudo está divulgado na página oficial do Ministério da Saúde. Infelizmente, desde o início do trabalho de campo, no dia 14 de maio, as equipes de pesquisa vêm passando por diversas situações constrangedoras, amplamente noticiadas na mídia. Em cerca de 30 cidades, os pesquisadores estão de braços cruzados esperando autorização dos gestores municipais, num processo burocrático que pode causar prejuízo aos cofres públicos, visto que a pesquisa é financiada com recursos públicos.

Nas situações mais graves, os entrevistadores do IBOPE Inteligência foram detidos, com uso de força policial, tendo sido tratados como criminosos. Trata-se de cerca de 2.000 brasileiros e brasileiras, que estão trabalhando para sustentar suas famílias, numa pesquisa que pode salvar milhares de vidas. Esses pesquisadores mereciam proteção das forças de segurança e uma salva de aplausos por parte da população. Ao invés disso, as forças de segurança em algumas cidades foram responsáveis por cenas lamentáveis e ações truculentas, algumas delas felizmente registradas. Por mais que a comunicação formal do Ministério da Saúde aos municípios possa ter chegado muito perto do início da coleta de dados, nada justifica o comportamento de “xerifes” assumido por alguns gestores municipais, que impedem ou atrapalham a realização da pesquisa que pode ajudar a salvar milhares de vidas no país.

Em meio a uma pandemia sem precedentes, o Brasil merecia que os gestores municipais das 133 cidades incluídas na pesquisa tivessem o mesmo comportamento da Prefeitura de Manaus, a cidade mais afetada pela pandemia no país, e que, mesmo assim, foi a primeira na qual a coleta de dados foi encerrada, onde nossos pesquisadores receberam todo o apoio e suporte necessário.

Pedimos que essa nota seja amplamente divulgada pela mídia e por toda a população. Apesar de tudo, nossas equipes estarão em campo até terça-feira (19/5) para garantir que o maior estudo populacional sobre coronavírus do país continue, e que, no final, nossos pesquisadores sejam aplaudidos e não agredidos.

Segundo o IBOPE Inteligência, foram selecionados entrevistadores que não fazem parte dos grupos de risco, e todos tiveram que assinar um termo declarado confirmando isso. A equipe fez o teste rápido de COVID-19, garantindo que todos que estão indo a campo não estão infectados.

 

 

Matéria do IBOPE Inteligência explicando mais detalhes da pesquisa.

Pesquisa sobre COVID-19 em todo o Brasil

O IBOPE Inteligência está realizando uma pesquisa sobre o novo Coronavírus em todo o Brasil chamada ‘Evolução da prevalência de infecção por Covid-19 no Brasil: Estudo de Base Populacional’. Esse estudo será realizado em 133 cidades do país, nos quais nossos pesquisadores visitarão 99.750 casas para realizar testes rápidos para o vírus e também entrevistar os participantes. A coordenação é da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), com financiamento do Ministério da Saúde. Não há nenhum custo de participação .

Para que nosso contingente operacional estivesse em campo devidamente respaldado por órgãos oficiais, a equipe da Universidade Federal de Pelotas consultou o Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e recebeu autorização para realização do trabalho com entrevistadores devidamente treinados por um profissional da área de saúde. Todos os profissionais convocados para trabalhar nesta pesquisa foram treinados para aplicar os testes

Confira abaixo os aspectos relacionados aos treinamentos e à segurança das equipes:

– Tivemos o cuidado de selecionar apenas pessoas que não fazem parte dos grupos de risco e todas assinaram um termo declarado de não pertencimento ao grupo de risco.

– A equipe fez o teste rápido de COVID-19, garantindo que todos que estão indo a campo não estão infectados.

– Os entrevistadores foram capacitados com um treinamento presencial por uma equipe da área de saúde, treinada e coordenada por uma biomédica contratada pelo IBOPE Inteligência. Neste treinamento, foram abordados temas como: o que é a doença e seus sintomas, meios de transmissão, os cuidados que precisam ser tomados para evitar contágio, como devem se paramentar quando estiverem nas ruas/ em deslocamento, como devem se paramentar dentro da casa dos entrevistados e como devem retirar cada um dos EPIs. Além da exposição desse tópicos, vídeos e imagens estão sendo disponibilizados para que possam acessar a qualquer momento. Além disso, foram realizados exercícios para ensinar a forma adequada para retirada e descarte dos EPIs, como e o que deve ser higienizado a cada momento da pesquisa. As equipes também receberam informações sobre como proceder ao chegarem em suas residências (o que fazer com as roupas e como se higienizar). Durante este treinamento, todos as pessoas presentes receberam um kit de EPIs (equipamento de proteção individual) necessários para prevenção contra a COVID-19 e que foram utilizados durante todo o período de capacitação.

– Esse estudo prevê a todos os entrevistadores equipamentos de proteção individuais (EPIs) para uso durante o trabalho de campo, conforme orientação da equipe da Universidade Federal de Pelotas e da biomédica contratada pelo IBOPE Inteligência. São eles:

– Máscaras descartáveis
– Toucas descartáveis
– Aventais descartáveis
– Sapatilhas descartáveis
– Óculos de proteção
– Luvas

– Todos os entrevistadores terão em mãos frascos de álcool gel, sacos de lixo infectante e caixas de descarte de materiais hospitalares.

– Todos terão em mãos um folheto que explica o que o entrevistado deve fazer em caso de resultado positivo.

– Todos os casos positivos em campo serão notificados para a Vigilância Sanitária, conforme determinação das diretrizes do país.

– O morador sorteado para participar deste estudo vai assinar um Termo de Consentimento, no qual consta, inclusive os contatos do CONEP, e terá uma gota de sangue da ponta do dedo coletada, que será analisada em poucos minutos. Após isso, responderá a um breve questionário.

– No tempo entre 15 e 20 minutos, o resultado será fornecido ao entrevistado e, no caso de resultado positivo, todos os demais moradores do domicílio serão testados.

– No dia da realização da coleta de dados, teremos de plantão na sede do IBOPE Inteligência um grupo de profissionais de saúde coordenados pela biomédica por nós contratada, além de profissionais do IBOPE Inteligência devidamente treinados para suporte operacional de qualquer natureza

É importante ressaltar que toda a equipe do IBOPE Inteligência trabalha devidamente credenciada e utiliza os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), conforme orientações do Ministério da Saúde.

Lembramos ainda que todas as informações coletadas nessas duas pesquisas são absolutamente sigilosas, serão tratadas de forma anônima e os respondentes não serão identificados, de acordo com todas as normas éticas internacionais sobre pesquisas em saúde. Os resultados dos estudos serão sempre tratados conjuntamente e nunca de forma individual. Posteriormente, serão amplamente divulgados e publicados em revistas científicas. Ressaltamos ser exceção a comunicação daqueles que testaram positivo, em respeito ao protocolo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para os casos de doenças contagiosas, de modo que sejam adotadas as providencias cabíveis pela Vigilância Sanitária local.

Ressaltamos também que é muito importante que os moradores dos domicílios selecionados aceitem participar desse estudo. Além de ficarem sabendo do resultado dos seus exames, contribuirão com a ciência e com os esforços de conter o avanço da pandemia no País.

Estamos empenhados para contribuir com informação relevante em um momento como o que estamos presenciando no mundo.

Em caso de dúvida, você pode entrar em contato pelo:
pesquisa.covid-19@ufpel.edu.br
pesquisa.covid-19@ibopeinteligencia.com
0800 800 5000
11 3335 8583
11 3335 8606
11 3335 8610