Entrevista: A aposta no Vale da Cerveja

Ulysses Kreutzfeld e Almir Zanetti (dir)

 

Por Claus Jensen, com fotos de Marlise Cardoso Jensen

A inauguração do Bar na Cervejaria Blumenau deixou clara a aposta no Vale da Cerveja. Confira a entrevista que fizemos na quarta-feira (1/03/17) com os sócios Valmir Zanetti e Ulysses Kreutzfeld, que apostam no turismo e nos blumenauenses para o sucesso de mais um empreendimento que leva a assinatura dos dois empresários.

Nesta conversa, Valmir Zanetti fala sobre o bar, mas também apresenta as novidades para 2017, como os lançamentos previstos da Cerveja Blumenau que ainda não está um ano no mercado. Mas a qualidade dos produtos não deixa dúvida sobre o cuidado que todos os sócios tem com essa marca que nasceu com o nome da cidade.

OBlumenauense: Para você, qual a principal importância dessa nova etapa da Cerveja Blumenau, que inaugurou o seu espaço próprio para receber visitantes?

Valmir Zanetti: É mais um passo para um projeto maior que estamos construindo com várias mãos, que é a consolidação da cerveja como grande produto regional. A Cerveja Blumenau tem se preocupado primeiro com a qualidade e padronização de seus produtos. Mas também na qualificação dos serviços que entrega aos clientes, principalmente ao turista, porque acredito que será um grande pólo de turismo regional. Com o bar estaremos entregando com mais facilidade a experiência que o turista busca, já que além de conhecer a fábrica poderá dizer: “Fui lá, vi o cervejeiro fazendo, experimentei a cerveja e comprei um souvenir da fábrica”. Além disso poderá degustar um bom patê, pãozinho com malte e cevada, harmonizando com uma boa Pilsen, Ipê Amarelo ou Capivara.

 

 

OBlumenauense: Havia essa cobrança para visitar a fábrica e degustar as cervejas no local?

Valmir Zanetti: Sim, na verdade existe o compromisso das cervejarias que fazem parte do Vale da Cerveja em preparar algum tipo de receptivo. Na proposta apresentada hoje, iremos trabalhar com três modelos. O convencional, que é uma visita de 30 minutos, quando é apresentada um pouco da história da cerveja para a cultura de Blumenau com seus 166 anos, depois um tour pela fábrica mostrando os tanques, a cozinha e onde é feito o envase dos produtos. Em um terceiro momento, queremos mostrar o que representa a bebida para a economia regional, com toda sua cadeia produtiva e os negócios que estão surgindo.

OBlumenauense: Como você avalia este primeiro semestre de vida da empresa através de suas cervejas com rótulos próprios? Afinal vocês também terceirizam a produção para outras cervejarias.

Valmir Zanetti: Nós estamos muito felizes com tudo que está acontecendo. No projeto inicial, esperávamos que a fábrica produzisse 60 mil litros mensais no terceiro ano da empresa. Estamos no sexto mês e já atingimos essa meta. Isso nos obrigou a rever todo o negócio, seu projeto financeiro e de investimento. Já estamos planejando buscar novos investimentos para atender toda essa demanda sem perder o padrão de qualidade.

OBlumenauense: Vocês já tiveram vários rótulos premiados, inclusive em concursos internacionais. Quais as metas para esse ano?

Valmir Zanetti: Nunca desenvolvemos cervejas para ganhar concurso, é consequência de um bom trabalho. Através da avaliação dos jurados, sempre é uma oportunidade para melhorar algo nos nossos produtos. Neste ano, iremos participar dos mesmos concursos de 2016. Serão o de Blumenau que hoje é um dos maiores do mundo, o South Beer Cup que deverá ser em Buenos Aires, o Australia Beer Challenge onde ganhamos uma medalha de prata com a cerveja Catharina Sour e em Bruxelas onde tivemos a premiação especial com a Capivara. Possivelmente também participaremos do Mondial de La Bière, que acontece pelo terceiro ano consecutivo no Rio de Janeiro (RJ), onde as cervejas não são selecionadas pelo sistema de concurso, mas pelas disponibilizadas nos estandes.

OBlumenauense: Estão programados novos lançamentos para 2017?

Valmir Zanetti: No Festival Brasileiro da Cerveja estará disponível a reedição da 1850, versão 2017, em que ela irá ganhar um pouco mais de corpo e álcool. Para o festival levaremos 5 cervejas sour experimentais. Em maio será lançada a Imperial Stout, que terá um nome muito peculiar de Blumenau. No segundo semestre estaremos fazendo duas outras cervejas, uma rouge, outra no final de agosto em parceria com uma cervejaria da Áustria. Também está sendo planejado algo para comemorar os dois anos da Cervejaria Blumenau em setembro, dentro da linha que temos hoje.

 

 

Em seguida, conversei com o sócio Ulysses Kreutzfeld, que reforçou alguns pontos colocados por Zanetti.

OBlumenauense: O bairro Itoupavazinha ganhou hoje um novo espaço, que amplia a experiência de visitar a fábrica. Qual a maior contribuição dessa etapa?

Ulysses Kreutzfeld: O bar que entregamos hoje para comunidade blumenauense, é mais uma afirmação do que nós acreditamos ser a nova alavanca propulsora de Blumenau: o Vale da Cerveja. Por acreditar nessa ideia e ideal que já vem se tornando uma realidade, nós acabamos viabilizando esse empreendimento. Queremos que esse seja um local para celebrar os bons momentos entre amigos, familiares que queiram desbravar um pouco da cultura cervejeira da região.

OBlumenauense: O local escolhido é um bairro um pouco mais distante do centro onde existem as principais opções de entretenimento da cidade. O que pensa sobre isso?

Ulysses Kreutzfeld: É um bar bem estruturado para o bairro Itoupavazinha, que vai oferecer uma excelente opção tanto para o blumenauense quanto ao turista. Quanto a ser distante do Centro, se observarmos os bares das principais cervejarias de Blumenau como Bierland, Container, Eisenbahn; também estão em bairros fora da região central. Nem por isso deixam de registrar um bom movimento.

OBlumenauense: Além da Cervejaria vocês também são sócios do Choperia Bier Vila, também um bar, que oferece várias opções de alimentação. Que novidades pretendem oferecer aqui?

Ulysses Kreutzfeld: Procuramos trazer em nosso cardápio algumas coisas da região que os blumenauenses conhecem muito bem, como por exemplo o rollmops, a linguiça Blumenau e o sorvete do Schmitt. Não tivemos a preocupação de que fosse algo germânico, mas que tivesse uma identidade com a cultura gastronômica de Blumenau. É o mesmo caso da nossa cerveja, que não é necessariamente germânica, mas dentro de normas das escolas americanas, belga e também alemã.