Entenda como funciona o restauro de um piano

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Foto: Rodrigo Dal Molin

Sem sombra de dúvidas, o piano está entre os instrumentos musicais de cordas mais intrigantes e encantadores. A forma com que prende e emociona o público, e até mesmo os músicos, é mágica. Um instrumento tão complexo precisa de cuidados e restauros especiais, principalmente depois de algumas décadas de uso. No Teatro Carlos Gomes, alguns são raridades, com mais de 80 anos.

Quem cuida e faz com que os instrumentos estejam cada vez melhores é o Leonidas de Oliveira, com 25 anos de história nesse ofício. A restauração de pianos é um processo que tem alto custo, é difícil e demorado, por isso deve ser feito com toda atenção e cuidado. “Minha parceria com o Teatro para fazer os restauros começou em 2008. Neste serviço, estão inclusos muitos itens como, por exemplo, a restauração de mecanismo, abafadores e ajuste das teclas e mecanismo, além da afinação. Sou especialista em restaurações internas”, comenta.

Cada instrumento é único e por isso o trabalho é singular em todas as restaurações. Pianos de cauda são bem mais complexos que os verticais. Muitas vezes o processo pode demorar centenas de horas de mão de obra especializada. “Se o serviço é bem feito, após o término o instrumento irá recuperar todo seu esplendor e grandiosidade, semelhante ao de um o piano que acabou de sair de fábrica”, explica.

A maioria dos pianos do Teatro Carlos Gomes é considerada relíquia, por esse motivo o restauro é essencial, é uma maneira de deixar a história de tantos músicos, artistas e do próprio Teatro, viva. “Os benefícios da reforma do instrumento incluem, na maioria das vezes, a preservação das peças valiosas que ele possui e que não estão mais disponíveis no mercado. Esta é uma maneira de deixar o piano todo original, já que a qualidade dos materiais utilizados antigamente é muito superior, detalhista e artesanal se comparada aos de hoje em dia”, finaliza.

Este restauro está sendo viabilizado através da Lei de Incentivo do Ministério da Cultura, com patrocínio da Cia Hering.

 Texto: Camila Tibes