Economia de Proximidade: o novo motor do desenvolvimento local

O futuro das cidades será construído onde as pessoas vivem, trabalham, estudam e consomem. É na proximidade que a economia se fortalece.

Foto (arquivo): Ricardo Trida [SECOM/SC]

A economia de proximidade vem ganhando força como um dos movimentos mais relevantes da nova dinâmica urbana e empresarial. Trata-se de um conceito que valoriza a conexão entre pessoas, empresas e territórios, incentivando que se more, trabalhe e consuma dentro do mesmo ecossistema local. Mais do que uma tendência, é uma resposta inteligente às transformações sociais, tecnológicas e comportamentais dos últimos anos.

As mudanças no comportamento do consumidor reforçam esse movimento. O home office e o modelo híbrido de trabalho ampliaram a demanda por coworkings de bairro e escritórios satélites, aproximando profissionais de suas residências. Ao mesmo tempo, plataformas digitais de entrega e marketplaces locais conectam produtores e consumidores sem intermediários, criando um novo ciclo de economia regional com base tecnológica.

Nesse cenário, a educação também acompanha essa tendência: famílias buscam universidades e escolas de qualidade mais próximas de casa, reduzindo deslocamentos e fortalecendo a vida comunitária. A escolha pela formação dos filhos em instituições locais estimula o desenvolvimento educacional do território, gera vínculos afetivos e movimenta o comércio e os serviços do entorno — consolidando, assim, o conceito de economia de proximidade como um ecossistema integrado de trabalho, consumo e aprendizado.

Para os gestores públicos e empreendedores, esse modelo traz oportunidades claras. A revalorização dos bairros e centros regionais cria espaço para novos negócios, revitalização urbana, investimentos imobiliários e inovação em serviços locais. Cada cidade que incentiva o consumo e a produção em escala próxima fortalece sua base econômica, reduz desigualdades e amplia a qualidade de vida.

A economia de proximidade não se trata apenas de reduzir distâncias físicas, mas de reconectar pessoas aos lugares onde vivem. É um convite à colaboração, à sustentabilidade e à construção de cidades mais humanas, inteligentes e prósperas.

O futuro econômico das cidades será determinado pela capacidade de integrar trabalho, moradia, educação e consumo em um mesmo território. Como ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e diretor de Inovação de Santa Catarina, vejo na economia de proximidade uma poderosa ferramenta de planejamento urbano inteligente. Ela permite descentralizar oportunidades, gerar riqueza onde as pessoas vivem e criar ciclos econômicos virtuosos que unem empresas, governo e comunidade.

E, se há algo que aprendi ao longo da minha trajetória, é que o verdadeiro desenvolvimento não acontece distante das pessoas — ele nasce onde elas vivem, estudam, trabalham e sonham.

Moris Kohl gestor, professor e conselheiro de gestão com ampla experiência no desenvolvimento de líderes e na construção de estratégias organizacionais. Atuou em cargos estratégicos na gestão pública de Blumenau e no Governo do Estado de Santa Catarina, contribuindo para projetos de inovação e governança. Há mais de 15 anos dedica-se ao Terceiro Setor e a entidades empresariais, unindo conhecimento técnico e propósito na formação de líderes que transformam realidades.

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