Desde abril de 2015, Blumenau vem sofrendo com o desabastecimento de vacinas

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Desde abril do ano passado, Blumenau vem sofrendo com o desabastecimento de vacinas, soros e imunoglobulinas utilizados na imunização de adultos e crianças contra doenças como hepatite, tétano, varicela e coqueluche. O material está em falta nas unidades de saúde e também na Vigilância Epidemiológica do município.

Atualmente, a cidade está desabastecida e não recebeu estoque neste mês das vacinas: DTP, tetraviral e varicela monovalente, raiva, hepatite A para imunodeprimidos e crianças, dupla adulto, dTpa para imunodeprimidos e adultos e hepatite B. Os soros antitetânico, antiveneno e antibotulínico, além das imunoglobulinas anti-hepatite B, anti-varicela zoster e humana antitetânica também não foram entregues pelo Ministério da Saúde.

“Infelizmente esta é uma situação que se arrasta e piora a cada mês. Não existe uma solução imediata para o problema, tendo em vista que a distribuição de vacinas é feita pelo governo federal, por meio do Ministério da Saúde. O problema está no desabastecimento e na fabricação, de forma geral, desses imunobiológicos”, explica a gerente da vigilância epidemiológica, Ivonete dos Santos.

O impacto da falta das vacinas pode ser sentido na quantidade de imunizações feitas: em julho de 2015, por exemplo, foram aplicadas 8.300 doses contra hepatite B. Em dezembro, esse número caiu para 700 imunizações. A vacina Dupla Adulto, que protege contra difteria e tétano, foi aplicada 5.900 vezes em julho do ano passado, contra 1.700 doses feitas em dezembro. Segundo Ivonete, hoje o município não tem doses para atender a população.

Algumas vacinas enfrentam um longo caminho até chegaram às unidades básicas de saúde dos bairros, pois são importadas. Muitos dos tipos atualmente em falta, não só em Blumenau mas em todo o país, estão aguardando liberações alfandegárias, ainda sem previsão. Quando é desembaraçado, o material ainda precisa passar por testes de qualidade até chegar aos pacientes.

Entenda um pouco cada uma dessas vacinas:

DTP = está prevista no calendário vacinal para ser aplicada na infância, e protege contra difteria, tétano e coqueluche. Com a falta deste tipo, a recomendação é de que crianças com até sete anos recebam a vacina pentavalente, que está disponível em estoque, também protege contra essas doenças, mas precisa ser feita em duas doses.

Tretraviral = faz parte do calendário vacinal das crianças e protege contra varicela (catapora), sarampo, caxumba e rubéola.

Raiva = aplicada no caso de ferimentos causados por cães ou gatos desconhecidos ou suspeitos de estarem com a doença.

Hepatite A = A versão pediátrica está prevista no calendário de vacinação das crianças, a fim de prevenir a doença. A modalidade CRIE é a forma de disponibilizar a vacina para pacientes imunodeprimidos, como por exemplo, candidatos a transplante de órgão ou adultos portadores de HIV e das hepatites B ou C.

Dupla Adulto (DT) = imuniza, como o nome já diz, adultos acima de 20 anos, contra difteria e tétano. È necessário reforço a cada 10 anos para garantir a eficácia.

DTPa reforço adulto = protege contra difteria, tétano e coqueluche. Nesse momento de quantidades reduzidas da vacina, o público priorizado são as gestantes, pois a vacina ajuda a imunizar também o feto. A DTPa CRIE é disponibilizada para pessoas com doenças crônicas e imunidade deficiente.

Hepatite B = essa imunização é disponibilizada e indicada para todas as faixas etárias, desde crianças até idosos. Indicada para profissionais da saúde, pessoas com graves ferimentos perfuro cortantes e adultos acima de 30 anos que não receberam a vacina na infância. Apenas as três doses garantem a proteção.

Soro antirrábico = administrado em ambiente hospitalar, juntamente com a vacina quando o ferimento for causado por animal desconhecido ou portador de raiva.

Soro antitetânico = a indicação de uso depende de avaliação médica do tipo e condições do ferimento.

Soro Antibotulínico = a indicação depende de avaliação médica e da confirmação da infecção. O botulismo alimentar é o mais comum e pode ser adquirido com através da ingestão de alimentos em conserva ou embutidos que estejam contaminados. O último caso registrado no Estado foi em 2014.

Soro antiveneno: utilizado no caso de mordedura de animais peçonhentos.

Imunoglobulina anti heptite B e anti varicela zoster = seu uso depende de avaliação médica e costuma ser concomitante com a vacinação, principalmente em casos de bebês cuja mãe está diagnosticada com hepatite B ou varicela e de imunocomprometidos.

Imunoglobulina humana antitetência = indicada em casos onde o paciente desconhece se foi vacinado contra o tétano, apresenta ferimento perfuro cortante profundo, provocado por metal enferrujado, e é alérgico ao soro antitetânico.

Com informações de Marília Prado | via PMB