Dentistas apostam em biossegurança

Limpeza e desinfecção adequada evitam contaminação durante tratamentos.

Um belo sorriso é o melhor cartão de visitas e para mantê-lo sempre saudável é preciso ir ao dentista regularmente. Mas sem os cuidados necessários, a boca pode ser a porta de entrada para diversas doenças como hepatite, viroses, sarampo, rubéola e até HIV. É por isso que alguns consultórios odontológicos têm apostado nas normas de biossegurança, que têm o objetivo de proteger os pacientes e a equipe profissional de qualquer tipo de contaminação direta ou indireta. O conjunto de técnicas ainda é pouco explorado e, muitas vezes, não utilizado de forma correta. Atender um paciente seguido do outro, por exemplo, é uma rotina que precisa ser revista.

Com as normas de biossegurança, além do consultório, o dentista possui uma sala somente para o processo de desinfecção e esterilização e cada espaço é mapeado para uma etapa do processo. “Os profissionais devem ter consciência de que as etapas de limpeza, desinfecção e esterilização de materiais são fundamentais para o sucesso do tratamento. O tempo investido em biossegurança faz parte do atendimento e todo dentista deve computar este tempo entre cada paciente. Desconsiderar uma das etapas pode levar à contaminação cruzada”, explica o cirurgião dentista Cristian Dunker, da Clínica Dental Care.

Estudos indicam que as partículas liberadas no ar durante um procedimento odontológico podem flutuar por até um metro de raio ao redor da cabeça do paciente e alguns vírus e bactérias podem permanecer nas bancadas por dias, facilitando a contaminação entre pacientes. Dunker revela que utilizar apenas o autoclave, por exemplo, para esterilizar os instrumentais pode não ser suficiente se todo o consultório não for higienizado corretamente. “O autoclave faz parte de um processo que contém lavação e desinfecção prévia dos instrumentos em uma cuba com ultrassom, embalagem, autoclavagem e acondicionamento do instrumental. Uma falha em qualquer destes processos desqualifica o material como estéril”.

Na clínica, o processo de desinfecção dura no mínimo 5 minutos, mas dependendo da quantidade de materiais utilizados, pode chegar a 20. Após a desinfecção, eles seguem para a autoclavagem e são mantidos em um local protegido e higienizado rotineiramente. Além da limpeza entre uma consulta e outra, gavetas e armários são limpos semanalmente com álcool 70%, o que consome 2 horas do consultório e mais 2 horas da sala de esterilização.

Conheça o passo a passo registrado em fotos:

  1. Uso de álcool gel para desinfecção das mãos;
  2. A zona amarela é usada durante o atendimento para depositar equipamentos desinfectados e limpos;
  3. Rotina de desinfecção do consultório e inspeção para limpeza do chão antes de cada atendimento;
  4. As mangueiras de alta e baixa rotação possuem sistema que impede o retorno de ar contaminado para o interior da mangueira;
  5. O sistema flush permite que as mangueiras sejam higienizadas internamente com hipoclorito de sódio após o uso;
  6. Todos os campos clínicos e cirúrgicos são esterilizados;
  7. Com o BSafe todas as cadeiras possuem nanotecnologia que auxilia a não proliferar bactérias;
  8. A bomba a vácuo reduz spray durante a consulta, diminuindo contaminação cruzada;
  9. Todos os profissionais utilizam os EPIs necessários para segurança do profissional e do paciente;
  10. As luvas são esterilizadas ou desinfectadas antes do uso e após a consulta são descartadas;
  11. O acionamento automático da água por pedal evita contaminação cruzada;
  12. Todos os materiais são corretamente acondicionados e as gavetas higienizadas rotineiramente;
  13. A zona vermelha é o local utilizado para descartar material contaminado durante a consulta. 

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  1. Rotinas que asseguram a qualidade;
  2. Equipe sempre utiliza os EPIs necessários;
  3. Equipe de biossegurança capacitada;
  4. Controle de esterilização com indicadores químicos e biológicos;
  5. Rígida rotina de esterilização com o autoclave;
  6. A zona verde é utilizada para os materiais estéreis antes de armazená-los;
  7. A zona amarela é para materiais limpos e desinfectados antes de serem embalados para esterilização;
  8. Os instrumentos estéreis são armazenados em locais protegidos e rotineiramente higienizados;
  9. A zona vermelha é para depositar o material contaminado, que é desinfectado e limpo;
  10. A limpeza do instrumental é feita por ultrassom, em uma cuba ultrassônica.

 Sabini Roncaglio | Oficina das palavras