Na manhã desta quinta-feira (28/09/23), foi realizada uma coletiva de imprensa para dar mais detalhes sobre o caso da mulher de 25 anos estuprada no matagal, próximo à escadaria que fica ao lado do túnel da ponte de ferro, em Blumenau.
Quem apresentou os dados da investigação, foi o delegado Felipe Blos Orsi, responsável pela Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) no município. A primeira informação é de que um homem de 21 anos, foi identificado como o autor do crime e preso por volta das 17h desta quarta-feira (27) na rodovia Werner Duwe (SC-421), próximo da divisa com Pomerode.
O trabalho de investigação iniciou logo após o crime que ocorreu logo depois do meio-dia de segunda-feira (25) no bairro Ponta Aguda. A vítima estava no seu intervalo do trabalho e pela primeira vez se sentou na escadaria para aguardar o início do expediente.
Um rapaz jovem trajando uma calça jeans e desgastada passou por ela e a cumprimentou. Minutos depois, ele voltou e aplicou um golpe mata leão para imobilizá-la. A jovem gritou, tentou se defender, mas após alguns minutos ela perdeu a voz e a consciência em função do golpe.
Em seguida a mulher foi arrastada para dentro do matagal ao lado da escadaria até um local ermo, onde foi estuprada. Segundo a Polícia Civil, o crime durou mais de 30 minutos. Depois de acordar, tentou gritar, se defender, mas perdeu novamente a consciência.
Assim que acordou, viu o criminoso pegando uma pedra grande para golpeá-la com o objetivo de matar, evitando que fosse reconhecido e preso. Foram desferidos cerca de 7 golpes na cabeça e o criminoso só não conseguiu seu objetivo por três motivos, segundo o delegado.
Em primeiro porque era um homem franzino e fraco. O patrão dele, contatado depois e que ajudou na sua identificação, disse que o suspeito não tinha força para segurar uma furadeira. A segunda, é porque ele ouviu vozes de pessoas na escadaria e ficou com medo de ser detido, por isso fugiu do local.
A terceira, é porque a vítima conseguiu colocar as mãos atrás da cabeça para protegê-la, que resultou em várias fraturas. Logo em seguida, foram acionadas as polícias Militar e Civil. A mulher foi atendida pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e levada ao hospital.
Depois dela receber o atendimento, a Polícia Científica foi até a unidade de saúde para fazer a perícia através da equipe do Instituto Médico Legal (IML). Além das mãos, ela também tinha fraturado o nariz. Enquanto isso, a Polícia Civil já trabalhava na investigação, considerada difícil, já que ninguém viu o criminoso entrar ou sair do mato.
Mas os agentes da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) deram prioridade total ao caso. Foi feita uma varredura por toda a região para buscar elementos que indicassem algum paradeiro do criminoso.
A primeira pista foi um homem visto tocando com insistência a campainha de um edifício próximo. Os policiais descobriram que o patrão do suspeito morava no local. O funcionário estava com a roupa suja e pediu outras novas, sendo atendido pelo patrão que forneceu uma calça, mas estranhou a situação.
Quando leu que tinha ocorrido o estupro, até desconfiou, mas como se tratava de um jovem franzino e sem muita força, achou que não seria ele. As investigações prosseguiram e chegaram até o empresário, que ajudou a identificá-lo, inclusive com foto. Os policiais apresentaram cinco rostos parecidos para a vítima, que não teve dúvidas de que o homem investigado era o mesmo que cometeu o estupro.
O cerco começava a se fechar, e após ser perseguido, o homem foi localizado próximo da divisa com Pomerode. Inicialmente, os policiais não perguntaram se ele era o autor do estupro, apenas indicaram o motivo da prisão. O rapaz colaborou e entregou a calça que trajou no dia do crime que ainda estava suja. A peça roupa foi levada até a vítima, ainda muito debilitada, que a reconheceu como a mesma usada pelo estuprador.
Diante dos elementos levantados, o suspeito foi levado até a delegacia onde foi lavrado o auto de flagrante de prisão. Segundo o Delegado Orsi, durante o interrogatório, ele confirmou ser o autor dos fatos, que estava na escadaria e aplicou o golpe mata leão. Mas quando os policiais apresentaram detalhes apurados com a vítima, ele disse que não lembrava de tudo.
De acordo com a Polícia Civil, na ficha criminal do jovem, só consta uma lesão corporal contra o padrasto em 2019. O suspeito aguarda pela audiência de custódia que definirá se segue preso ou responderá ao processo em liberdade.
A Delegada Regional de Blumenau, Juliana Tridapalli, acompanhou a coletiva e lembrou que mais detalhes não serão passados para preservar a vítima. Quanto ao caso dos moradores de rua agredidos, será aberta uma investigação por outra delegacia para apurar os detalhes.