Cirurgia minimamente invasiva no cérebro pode curar tumores cerebrais

Imagem: Gerd Altmann [Pixabay]

 

 

 

Imagem: Gerd Altmann [Pixabay]

Por Letiele Paycorich

Quando alguém é diagnosticado com um tumor cerebral, é comum associar automaticamente a doença ao câncer maligno e incurável. Porém, essa realidade está mudando.

Por meio da cirurgia minimamente invasiva, é possível curar tumores cerebrais, lesões vasculares cerebrais e metástases, é o que afirma a neurocirurgiã Danielle de Lara, especialista em cirurgia cerebral minimamente invasiva pela Universidade do Estado de Ohio (EUA) e que atua no Hospital Santa Isabel de Blumenau.

“O uso de pequenas câmeras de vídeo ou um robô, está se tornando cada vez mais comum, não somente em cirurgias cerebrais, mas também em outras especialidades. Por meio da técnica de cirurgia minimamente invasiva, nós conseguimos diminuir os riscos de novas sequelas durante os procedimentos e, em alguns casos, curar tais doenças”, relata Danielle.

Vantagens que as cirurgias minimamente invasivas podem oferecer:

  • Feitas por vídeo ou por cateteres;
  • Menor tempo de internação;
  • Sem cicatriz aparente (ou muito menor, quando algum corte na pele for inevitável);
  • Tempo menor para recuperação;
  • Visualização direta do problema, facilitando as chances de sucesso da cirurgia.

 

Tumores cerebrais

Quando falamos em tumor cerebral, estamos nos referindo ao aumento anormal de um tecido ou de uma região do corpo humano. Um tumor geralmente se forma a partir de uma célula defeituosa que se multiplica desordenadamente produzindo outras com o mesmo defeito e resultando no aumento do tecido.

“É preciso ressaltar que nem todo tumor é maligno. Os tumores também podem ser benignos. Ao contrário dos malignos, estes crescem lentamente, sem destruir os tecidos ao seu redor e sem enviar metástases para outros órgãos, podendo ser tratados e sem necessitar de intervenção cirúrgica”, explica a médica.

 

Tumores cerebrais podem ser hereditários?

Danielle explica que, raramente os tumores cerebrais são hereditários. “Há algumas exceções, como os tumores do sistema nervoso central associados a síndromes genéticas como a Neurofibromatose, a Doença de Von-Hippel-Lindau e a Cavernomatose familiar”, observa.

Existem diferentes tipos de genes, alguns podem facilitar o surgimento de tumores pelo corpo e outros impedem naturalmente a formação dos mesmos. “Portanto, os tumores podem ser considerados genéticos, mas, o seu aparecimento pode surgir por meio de situaçõesàs quais somos expostos. Como por exemplo, a influência de infecções virais, exposição a radiação e substâncias químicas. No caso do câncer de pulmão as substâncias químicas presentes no cigarro são cancerígenas, por exemplo”, aponta Danielle.

Tipos de tumores cerebrais e quando procurar um médico

Existem dois tipos de tumores cerebrais, os primários, que se iniciam no cérebro e, os metastáticos, que se iniciam em outros órgãos e se disseminam para o cérebro.

Para diagnosticar um tumor cerebral, Danielle ressalta que é preciso sempre estar atento aos sintomas que o nosso corpo demonstra. Para facilitar esta observação, a médica listou alguns sintomas mais comuns, confira.

  • dor de cabeça (cefaléia)
  • desmaios e crises epilépticas (epilepsia)
  • perda de força (paralisias, plegia ou paresia)
  • formigamentos (parestesias) e outras alterações da sensibilidade
  • alterações visuais (perdas visuais, visão dupla, pontos luminosos) e alterações da fala (gagueira, afasia)
  • alterações do estado mental (confusão, agitação), perda de memória
  • tonturas, alterações do equilíbrio e marcha
  • movimentos involuntários (tremores, tics)
  • alteração do humor (irritabilidade, depressão)

“Caso a pessoa identifique estes sintomas com frequência e estejam associadosa outras alterações, é preciso procurar um médico para identificar o problema e tratá-lo o mais breve possível”, finaliza a especialista.

 

Sobre Danielle de Lara

Médica Neurocirurgiã em atividade na cidade de Blumenau (SC). Atua principalmente na área de cirurgia endoscópica endonasal e cirurgia de hipófise. Dois anos de Research Fellowship no departamento de “MinimallyInvasiveSkull Base Surgery” em “The Ohio StateUniversityMedicalCenter”, Ohio, EUA. Graduada em Medicina pela Universidade Regional de Blumenau. Possui formação em Neurocirurgia pelo serviço de Cirurgia Neurológica do Hospital Santa Isabel.